Em declarações à Lusa, António Lé pediu respeito pelas famílias das vítimas e adiantou que depois dos corpos serem devolvidos à família irá abrir um inquérito para saber o que aconteceu.

“Isto hoje o que se pode dizer é tudo mera especulação, são os profetas da desgraça na tentativa de encontrarem protagonistas para forçarem uma ideia que só pode prejudicar o processo”, afirmou o armador, presidente da Organização de Produtores da Figueira da Foz.

“Há que respeitar as famílias e a comunidade, depois de tudo estar em ordem, dos corpos serem devolvidos à família, do naufrágio passar, então aí vamos abrir o inquérito. Nós somos os principais interessados em saber o que se passou porque temos muito mais barcos e isto não pode voltar a acontecer de forma alguma”, garantiu o responsável.

Na terça-feira, pelas 04:33 foi dado o alerta para o adornamento da embarcação de pesca “Virgem Dolorosa” para o comando local da Polícia Marítima da Nazaré.

Dos 17 tripulantes, 11 foram resgatados, três mortes já foram confirmadas e há ainda três desaparecidos, naturais da Praia da Leirosa, na Figueira da Foz (Coimbra).

As buscas pelos três desaparecidos foram reforçadas hoje de manhã, sendo que se iniciaram também buscas subaquáticas.

Segundo António Lé, os mergulhadores da Marinha estão a tentar entrar na embarcação para poderem confirmar se lá estão os três desaparecidos, e só depois será tratada a remoção da embarcação.

Em declarações à Lusa, o capitão do porto da Nazaré, João Severino Lourenço, afirmou que as buscas que se mantiveram durante toda a noite estão a ser hoje de manhã reforçadas gradualmente.

“Já houve reforço com mais uma viatura Amarok do projeto SeaWatch, patrulhas da Polícia Marítima, ‘drones’ e mais um navio da Marinha, que vai juntar-se a outro que esteve durante a noite na zona”, disse João Severino Lourenço.

O dispositivo conta ainda com os Bombeiros Voluntários da Nazaré, que prestam apoio logístico aos mergulhadores da Marinha.