"Eu estive mal num debate", admitiu novamente em entrevista a uma estação de rádio local da Pensilvânia transmitida na manhã desta quinta-feira. No entanto, "90 minutos no palco não apagam o que fiz durante três anos e meio", disse.

O presidente democrata, de 81 anos, enfrenta crescentes pedidos para retirar a sua candidatura nas eleições presidenciais de novembro, nas quais procura um segundo mandato, devido a sérias preocupações quanto à sua saúde.

"Não vou a lado nenhum", respondeu Biden a um comentário de um de seus apoiantes, durante uma comemoração na Casa Branca.

Para o Dia da Independência, festividade celebrada nesta quinta-feira pelas famílias americanas em todo o país, o presidente participou à tarde num churrasco com soldados em Washington, acompanhado pela primeira-dama Jill Biden.

O sacrifício dos militares "lembra-nos que a democracia nunca está garantida e que cada geração deve lutar para mantê-la", publicou nesta manhã na rede social X. Biden frequentemente acusa o seu oponente republicano, Donald Trump, de ser uma ameaça para a democracia.

No Dia da Independência americana surgiu uma nova e potencialmente comprometedora informação: segundo o The New York Times, Biden disse aos governadores democratas que precisa de dormir mais e que pretende limitar os seus compromissos públicos depois das 20h00.

A revelação foi feita numa reunião de emergência com Biden na Casa Branca, afirmou o NYT, e pode alimentar ainda mais os rumores dentro do partido sobre a procura por um candidato para substituir o presidente nas eleições de novembro.

Biden encontra-se mais pressionado que nunca para provar a sua capacidade de liderança. Contudo, a Casa Branca rejeitou categoricamente na quarta-feira a possibilidade de Biden desistir da disputa presidencial. O presidente "absolutamente não cogita" atirar a toalha ao chão, afirmou a sua porta-voz, Karine Jean-Pierre.

"Cometi um erro", reiterou o presidente durante uma entrevista à uma rádio local em Wisconsin gravada na quarta-feira. Mas "vamos ganhar estas eleições", prometeu.

Na quarta-feira, o presidente reuniu-se com líderes democratas no Congresso e recebeu os governadores do seu partido, que lhe deram o seu apoio. "Foi uma boa conversa com o presidente e a vice-presidente [Kamala Harris], porque foi honesta", disse o governador de Maryland, Wes Moore. "Dissemos que vamos apoiá-lo".

Esta sexta-feira, Biden terá de continuar a tentar tranquilizar o público quando participar num comício de campanha em Madison, no estado decisivo de Wisconsin, e depois durante uma entrevista à rede ABC, que promete ser crucial. Também está prevista uma conferência de imprensa na próxima semana.

O seu objetivo nessas intervenções é demonstrar a sua capacidade de se expressar sem teleponto e dissipar as dúvidas surgidas nos últimos dias sobre a sua capacidade de liderar o país por mais quatro anos.

Dois parlamentares democratas pediram abertamente esta semana que se encontre um candidato mais forte do que Biden para as eleições presidenciais. Grandes jornais, incluindo o editorial do New York Times, também pediram que o presidente desista de tentar a reeleição.

Duas sondagens divulgadas na quarta-feira destacaram o crescimento das intenções de voto a favor de Trump. O bilionário republicano manteve-se relativamente discreto nos últimos dias, permitindo que a crise se agrave sem intervir diretamente.

Isso não impediu que a sua equipa de campanha aproveitasse a oportunidade: "Joe Biden é fraco, falhou, é desonesto e indigno de ocupar a Casa Branca", apontou num comunicado divulgado na quarta-feira.