Andrew Cuomo, governador de Nova Iorque, publicou hoje uma nota escrita na qual declara que o recolher obrigatório é implementado em conjunto com o ‘mayor’ Bill de Blasio e com o dobro de polícias em relação à última noite, esperando-se cerca de oito mil membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD).

Segundo a imprensa norte-americana, há décadas que nenhum recolher obrigatório era declarado para toda a cidade.

Nas palavras do ‘mayor’ da cidade, a ordem de recolher obrigatório impõe-se “para proteger contra a violência e destruição”.

A nova ordem foi publicada no quinto dia de protestos em Nova Iorque, enquanto continuam a contar-se milhares de habitantes a marchar desde Times Square rumo a sul, para ‘downtown’ e com uma grande concentração na praça da rua 14, Union Square.

Lower Manhattan foi uma das partes da cidade que registou mais destruição na noite de domingo.

Grupos de protesto nas ruas de Nova Iorque já admitiram que não vão respeitar o toque de recolher obrigatório imposto hoje. Os protestos de hoje têm sido classificados de mais “pacíficos” do que nos últimos dias.

Nova Iorque é, assim, uma das 40 cidades dos Estados Unidos a decretar o recolher obrigatório, numa medida de prevenção e redução da violência nas ruas, por revoltas desde 25 de maio, quando a morte de um afro-americano foi provocada por um polícia e foi filmada.

O governador Andrew Cuomo declarou, na nota escrita, que defende os manifestantes, mas que a violência e saques procuram minimizar e “desacreditar o momento” e a verdadeira causa.

“Eu defendo os manifestantes e sua mensagem, mas infelizmente há pessoas que procuram distrair e desacreditar este momento”, declarou o governador Cuomo.

O governante diz que “a violência e os saques foram maus para a cidade, para o estado e todo este movimento nacional, minando e distraindo esta causa justa”.

“Embora incentivemos as pessoas a protestarem pacificamente e a fazerem ouvir suas vozes, a segurança do público em geral é fundamental e não pode ser comprometida”, acrescentou.

Já na conferência de imprensa diária, horas antes, o governador declarou que “para aqueles que fizeram sentir a sua presença, fizeram ouvir as suas vozes, o mais seguro a fazer a partir de agora é ficar em casa, obviamente”.

Na origem dos protestos está a morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, no dia 25 de maio, às mãos da polícia na passada segunda-feira, depois de ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) num supermercado de Minneapolis, no estado de Minnesota.

Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos ‘online’, um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante mais de oito minutos.

Os quatro foram já despedidos da força policial e um deles, o que prendeu George Floyd, foi acusado de homicídio involuntário.

Desde então têm-se registado confrontos entre manifestantes e polícias que em várias cidades dos Estados Unidos, tendo nalgumas sido decretado o recolher obrigatório.

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