O jovem, de 21 anos, deu-se como culpado por não ter respeitado uma ordem judiária que exigia o fim de um acampamento erguido durante as manifestações na antiga colónia britânica.
Wong foi libertado sob caução para aguardar a análise de um recurso contra a sua condenação de seis meses de prisão por um outro delito relacionado também com as manifestações de 2014.
Raphael Wong, um outro militante democrata, foi condenado a quatro meses e meio de cadeia.
Os processos de que são alvo os líderes dos “guarda-chuvas” são consideradas, por alguns observadores da Região Administrativa Especial chinesa, como um novo sinal de ingerência crescente de Pequim nos assuntos internos de Hong Kong, em violação do princípio “Um país, dois sistemas”, que orientou a transferência de soberania do território do Reino Unido para a China em 1997.
Joshua Wong “desempenhou um papel fundamental nesse dia”, declarou o juiz Andrew Chan. “A única punição apropriada para Wong é a detenção imediata”.
O juiz recusou inicialmente a libertação sob caução dos dois militantes, mas, a pedido da defesa, adiou uma decisão final sobre a questão para a tarde. Enquanto aguardam Joshua e Raphael foram levados por guardas.
“A nossa determinação na luta pela democracia não vai mudar”, afirmou Raphael Wong, ao sair da sala do tribunal.
Antes da audiência, Wong tinha declarado não ter “qualquer arrependimento”. “Podem prender o nosso corpo, mas nunca o nosso espírito”.
Dezenas de apoiantes estiveram concentrados em frente ao tribunal e gritavam: “Desobediência civil, zero medo”, “Sou de Hong Kong, quero o sufrágio universal”.
As manifestações de 2014 deram início ao movimento pró-democracia e durante mais de dois meses, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros da cidade para exigir um verdadeiro sufrágio universal. Mas Pequim não recuou.
Após o movimento de 2014, que representou um desafio sem prececentes para Pequim, uma nova geração de militantes nasceu para exigir a autonomia de Hong Kong, ou mesmo a independência.
Joshua Wong fundou com outros militantes o partido Demosisto, que defende a autodeterminação da antiga colónia britânica.
Nos termos do acordo sino-britânico de transferência da soberania, Hong Kong goza de liberdades desconhecidas na China continental, em teoria até 2047.
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