“Os trabalhos estão a decorrer favoravelmente há várias horas, mas devido aos condicionalismos conhecidos o incêndio continua não dominado”, afirmou fonte da ANEPC à Lusa.
O fogo em Lindoso, no concelho de Ponte da Barca, chegou a ser combatido por 10 meios aéreos durante a tarde e mobiliza agora 84 operacionais apoiados por 31 viaturas, pelas 22:50, de acordo com a página da ANEPC.
“É um incêndio que se desenvolve num local de extrema dificuldade, com muita inclinação, rochedos e escarpas, a mais de 800 metros de altitude. [Está] a arder lentamente em cerca de três quilómetros, os trabalhos estão a decorrer favoravelmente, mas não podemos dar o incêndio como dominado”, explicou a mesma fonte.
Já do lado espanhol, dados da Junta da Galiza apontam para 400 hectares ardidos.
Foi no combate às chamas em Lindoso que, no sábado, um piloto português morreu e um piloto espanhol ficou gravemente ferido quando o avião 'Canadair' português em que seguiam se despenhou em território espanhol, a cerca de dois quilómetros da fronteira.
O copiloto do avião 'Canadair' está "estável e fora de perigo", revelou fonte do hospital de Braga.
Fogo queimou cerca de 200 hectares no Parque da Peneda-Gerês
O incêndio que lavra desde sábado no Parque Nacional Peneda-Gerês consumiu cerca de 200 hectares, mas os principais esforços de proteção centram-se na Mata do Cabril, disse à Lusa o secretário de Estado da Conservação da Natureza.
“Dentro do território nacional, estamos a falar de uma área entre 150 a 200 hectares de valores ambientais de proteção parcial e complementar”, referiu João Catarino, que tem a pasta da Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.
“Estamos a fazer tudo para que não chegue à zona de proteção total que é a Mata do Cabril. Aí, sim, temos enormes valores ambientais. É o ‘ex-libris’ daquele parque nacional, que é o único que temos”, declarou, acrescentando esperar que o incêndio consiga ser neutralizado ainda hoje.
João Catarino indicou que o combate o fogo de Lindoso tem “dificuldade acrescida” por causa do relevo da região, o que tem obrigado a que os esforços sejam essencialmente “manuais, apeados” e com meios aéreos.
O secretário de Estado lamentou a morte do piloto Jorge Jardim, cujo avião de combate às chamas se despenhou no sábado, acidente que provocou ferimentos graves no seu copiloto espanhol.
João Catarino saudou o trabalho das forças de bombeiros, sapadores florestais e do corpo nacional dos agentes florestais.
Na Peneda-Gerês, há cinquenta destes agentes florestais, tutelados pelo Instituto da Natureza e Conservação Florestal, que são “pessoas que vivem no território” e que trabalham durante todo o ano para evitar os incêndios, um modelo que João Catarino defende que deve ser replicado nas outras áreas protegidas.
(Notícia atualizada às 22h55)
Comentários