A cerimónia, organizada pela Ordem, vai decorrer às 18:30, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, e vai contar com o presidente da Ordem, José Manuel Pedreirinho, do arquiteto Jorge Figueira e do ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes.
Num comunicado divulgado pela Ordem dos Arquitetos, o trabalho de Nuno Portas é evocado num texto de Manuel Fernandes de Sá, que sublinha o "saber e curiosidade intelectual" do homenageado.
"Esta curiosidade, aliada a um certo sentido de aventura, levaram-no da crítica da arquitetura e do cinema à história e teoria da arquitetura, do urbanismo e da cidade; do exercício projetual à prática do planeamento; do centro histórico à cidade explodida; da consciência social à intervenção política; de Lisboa a Madrid; do Porto a Milão; de Paris ao Rio de Janeiro; de Cabo Verde ao Japão; de Bruxelas ao Vale do Ave", sublinha.
No mesmo texto, é ainda recordada a "ação pioneira na crítica da arquitetura" a partir dos anos de 1950, quando fundou o Núcleo de Pesquisa de Arquitetura, Habitação e Urbanismo, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, onde desenvolveu estudos sociológicos e métodos computadorizados de suporte à investigação e produção urbanística e arquitetónica.
Depois de iniciar a carreira docente, Nuno Portas, nascido em Vila Viçosa, em 1934, propôs abordagens projetuais interdisciplinares no setor e teve um "contributo decisivo na divulgação internacional dos arquitetos portugueses da geração de 60".
Após o 25 de Abril de 1974, assumiu o cargo de secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, instituindo políticas de habitação que valorizavam o processo de participação pública e o direito à cidade.
Em julho de 1974, criou o programa SAAL - Serviço de Apoio Ambulatório Local, instituído por despacho conjunto com o ministro da Administração Interna, Costa Brás.
Fomentou ainda o desenvolvimento das cooperativas de habitação e contribuiu para a formação de Gabinetes de Apoio Local, partindo depois para Madrid, onde coordenou o processo de planeamento dos 25 municípios que constituem a Área Metropolitana da capital espanhola.
Em 1983, regressou a Portugal, como professor de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, sendo presidente do seu Conselho Científico até à sua jubilação.
Na década de 1990, regressou à política e foi eleito para uma autarquia onde desenvolveu um processo urbanístico que combina a gestão urbana com o planeamento territorial.
Foi distinguido com os títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro e pelo Instituto Politécnico de Milão, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e com o Prémio Sir Patrick Abercrombie de Urbanismo, da União Internacional de Arquitetos.
O Dia Nacional do Arquiteto é comemorado a 03 de julho e visa celebrar anualmente a função social, dignidade e o prestígio da profissão de arquiteto em Portugal.
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