O presidente-executivo, Paul Bascobert, disse que renunciará a sua remuneração e que a equipa executiva terá um corte salarial de 25%. Entre a equipa está o editor do jornal USA Today.

"O nosso plano é minimizar os danos a longo prazo, implementando uma combinação de licenças e reduções salariais", disse Bascobert num comunicado ao qual a AFP teve acesso. "Ao optar por um sacrifício coletivo, podemos manter a nossa equipa intacta, reduzir a nossa estrutura de custos, servir os nossos leitores e clientes e estar prontos para emergir com força e com a oportunidade de crescer quando essa crise passar", continuou.

Contactada pela AFP, a empresa recusou-se a dar detalhes sobre os cortes. Segundo o Florida Times-Union, um dos jornais do grupo, outro comunicado foi enviado a informar que jornalistas e editores que ganham mais de US$ 38.000 (cerca de 34.570 euros) por ano devem tirar uma semana não remunerada de forma rotativa.

As medidas de Gannett fazem sobressair os problemas cada vez mais graves dos media, especialmente, dos jornais locais, que,  perante uma pandemia, reduziram a publicidade e estão impedidos de realizar eventos, pelo que não podem ter receitas por esta via. Paradoxalmente, a procura por informações sobre a crise é crescente por parte do público.

A Gannett fundiu-se no ano passado com a rival GateHouse, editora de mais de 100 jornais locais. Atualmente, o grupo reúne cerca de 260 publicações e possui uma importante operação digital.

Os grupos de media nos Estados Unidos lutam há anos para se manter na frente das notícias digitais, que levaram ao encerramento de centenas de publicações impressas, afetando particularmente os media locais.