“A minha expectativa é que em 2025 exista aeroporto”, afirmou Raul Martins aos jornalistas na conferência de imprensa que antecede o início dos trabalhos do 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que começa hoje em Albufeira.
Em 28 de setembro, o ministro das Infraestruturas e da Habitação assegurou, por seu lado, que o futuro aeroporto de Lisboa vai ser construído antes de 2035, ao contrário do que tinha admitido uns dias antes o presidente da ANA — Aeroportos de Portugal.
O presidente da AHP lembrou que o programa Reativar Turismo, lançado pelo Governo, tem metas definidas até 2027 que não serão concretizadas sem aeroporto.
“O programa que o Governo apresentou até 2027 conta com essa condição [que exista um novo aeroporto]. Se não existir, essas metas não serão cumpridas”, afirmou Raul Martins.
Em 21 de maio, o Governo apresentou o Plano Reativar o Turismo|Construir o Futuro, que prevê um investimento de 6.112 milhões de euros no setor turístico português para ultrapassar a meta de 27.000 milhões de euros de receitas turísticas em 2027.
Sobre as eventuais soluções em cima da mesa, o responsável da associação hoteleira diz que, em qualquer caso, “é fundamental manter a Portela” e que “por questões ambientais e de sustentabilidade o ‘hub’ deverá ser o Montijo”, já que Alcochete é mais caro e também levanta questões ambientais.
Atualmente, em cima da mesa estão três hipóteses: aeroporto Humberto Delgado (principal), com o aeroporto do Montijo (complementar), aeroporto do Montijo (principal), com o aeroporto Humberto Delgado (complementar) e uma infraestrutura localizada no Campo de Tiro de Alcochete.
Em 18 de outubro, o Governo lançou um concurso público internacional para a realização da avaliação ambiental estratégica da futura solução aeroportuária de Lisboa.
O prazo para a apresentação das propostas ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), responsável pelo concurso, é de 60 dias a contar do dia do envio para publicação (15 de outubro), refere.
O presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Luis Ribeiro, tinha alertado na semana anterior para a urgência de ser fechada uma solução para a expansão aeroportuária da região de Lisboa, sublinhando que este projeto “não pode mais” ser adiado.
Na opinião de Luís Ribeiro, uma das questões “fundamentais” que deverá ser “analisada” está relacionada com a “capacidade e as características” que esta infraestrutura precisará de incorporar para “acomodar” os requisitos de toda uma nova geração de aeronaves movidas a hidrogénio ou a combustíveis verdes que, “previsivelmente”, entrarão ao serviço durante a próxima década.
A reunião anual da AHP para discutir o setor vai decorrer até sexta-feira em Albufeira, sendo que o “Turismo tem Futuro” e “New Start, New Thinking: a visão de quem vem de fora!” são os painéis que abrem e encerram o congresso.
A vice-presidente da AHP, Cristina Siza Vieira, disse à Lusa que o 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo conta com um número recorde de inscritos, para um “reencontro” que a associação do setor quer que marque “o momento de ‘recomeçar'”.
“As inscrições já fecharam e estamos muito perto das 600 inscrições. Um número recorde de inscritos nos Congressos da AHP [Associação da Hotelaria de Portugal]. Estamos todos com muita vontade de nos reencontrarmos e este número é o reflexo disso mesmo. Vamos ter um grande Congresso”, afirmou a vice-presidente da associação, Cristina Siza Vieira, à Lusa.
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