Numa resposta enviada à Lusa, a Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), a quem a Câmara Municipal delegou a obra, refere que depois de o primeiro concurso para a empreitada, em novembro de 2022, “ter ficado deserto por falta de concorrentes”, foi lançado um segundo “em janeiro de 2023, que se encontra em fase de contratualização”.
A notícia da reposição dos sentidos de trânsito nas laterais da Avenida da Liberdade em toda a sua extensão foi avançada pelo jornal Público, que dá conta que no verão “voltará a ser possível subir e descer a avenida pelas laterais como se fazia há mais de dez anos, mas partilhando a via com bicicletas”.
De acordo com a EMEL, “prevê-se que a intervenção possa ter início em abril de 2023, após as necessárias alterações e desvios de trânsito relativamente a outras empreitadas municipais em curso na envolvente (como o Plano Geral de Drenagem de Lisboa)”.
Segundo a explicação, a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de Santo António haviam comunicado a alteração dos sentidos de trânsito em outubro do ano passado, prevendo-se então o início da empreitada em dezembro de 2022, sendo a duração estimada da obra de seis meses.
No entanto, por falta de concorrentes no primeiro concurso houve a necessidade de lançar um segundo concurso para a obra, cujo programa prevê que os sentidos de trânsito “vão mudando faseadamente, quarteirão a quarteirão, com o avançar da obra”, de forma a garantir “um impacto mínimo nas condições de circulação”, prevendo-se agora “quatro meses” de trabalhos.
Conforme explicou a EMEL, com a introdução de novos sentidos nas laterais da Avenida da Liberdade “irá introduzir-se igualmente velocidade máxima de circulação de 30 km/hora”, o que irá permitir que os utilizadores de bicicleta possam “de forma segura ganhar um canal ciclável para ligar o Marquês de Pombal aos Restauradores”.
“São possíveis implicações no tráfego durante o período de intervenção, que decorrerá da implementação de desvios de trânsito que permitam os trabalhos mais pesados de construção civil”, refere ainda a nota, que adianta não estar prevista a supressão de qualquer lugar de estacionamento atual.
De acordo com o esclarecimento, a empreitada prevê intervenções ao nível dos semáforos, instalação de sensores de tráfego, “bem como elementos adicionais que permitem a introdução de novos sentidos das vias laterais da Avenida”.
Vão ser ainda “demolidas algumas ilhas que foram construídas nos cruzamentos para permitir a continuidade das laterais”.
Em outubro de 2020, a Câmara de Lisboa, então liderada por Fernando Medina (PS), aprovou, em reunião privada do executivo, uma proposta da vereadora Teresa Leal Coelho (PSD) com vista à reposição dos sentidos de circulação dos corredores laterais da Avenida da Liberdade.
A autarquia procedeu, em 2012, a um conjunto de alterações na circulação rodoviária na rotunda do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, que de imediato tiveram impacto “em toda a mobilidade da cidade de Lisboa, devido à importância desta zona enquanto pólo distribuidor dos fluxos de tráfego na cidade”, defendia então a autarca.
Na Avenida da Liberdade foram redefinidas as vias de circulação do corredor central e o sistema de circulação nos corredores laterais também foi alterado, deixando de ser possível percorrer no mesmo sentido toda a avenida pelas laterais.
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