As intervenções propostas pelo observatório do Automóvel Clube de Portugal (ACP) têm um custo total de 149.700 euros, foram entregues à Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e abrangem “vias estruturantes como o IC1 [Itinerário Complementar 1], a incontornável EN125 [Estrada Nacional 125] e a estrada mais longa do país, a EN2 [Estrada Nacional 2], esta última na ligação com a Via do Infante” [A22], referiu o ACP no documento.
“As medidas e soluções técnicas apontadas neste estudo estão dependentes da capacidade e vontade dos municípios para as implementar. A seleção das seis zonas críticas apontam soluções técnicas de segurança rodoviária e mobilidade, com vista a anular a existência de mais vítimas mortais nestes troços/locais, os quais registaram 38 mortos no Algarve entre 2010 e 2017″, explicou o observatório do ACP.
Entre os principais problemas detetados estão “a permissão de velocidade elevada, os perigos para os peões, sobretudo as partes em que podem atravessar as vias, os cruzamentos de acesso a trânsito local, a falta de espaço para os peões circularem, aliado a um elevado volume de tráfego de atravessamento e forte circulação de camiões”, elencou o observatório.
Somam-se ainda, segundo a mesma fonte, “o estado de conservação da sinalização horizontal de trânsito, sobretudo as guias e as linhas de separação de vias, a falta de limpeza das vias de um modo geral e das vegetações nas bermas em particular, e, por último, o estado de conservação do pavimento em muitos troços e em extensões consideráveis, com graves depressões e abatimentos em zonas de curvas”.
“O Observatório ACP fez um levantamento dos perigos que se verificam em seis zonas críticas e 23 troços da rede rodoviária do Algarve, onde 38 pessoas morreram em acidentes nos últimos sete anos. Dessa análise dos locais de observação de acidentes com vítimas mortais, resultou um conjunto de soluções de execução simples e rápida e de baixo orçamento”, referiu.
O observatório adiantou que as soluções propostas visam “compatibilizar as funções de atravessamento rodoviário com as de acessibilidade e vivências locais, mediante a segregação física da infraestrutura que responde a cada uma dessas mesmas funções” e criar “faixas pedonais contínuas e marginais à via como suporte ao atravessamento”.
A criação de “medidas que promovam a segurança e amenidade de circulação em detrimento da ?uidez e da capacidade” e “impeçam a prática de velocidades indesejáveis”, a implementação de “soluções de sinalização rodoviária – horizontal e vertical – de interdição de ultrapassagens ao longo de alguns troços” onde existe “falta de visibilidade” ou a “centralização das manobras de inversão de marcha e mudança de direção em locais bem de?nidos e sinalizados para o efeito” são outras medidas propostas pelo ACP.
Sensores de velocidade associados a paragens de autocarro que permitam o atravessamento pedonal em condições de segurança, piso antiderrapante antes das passadeiras, lombas cromáticas junto a travessias pedonais com semáforos para peões e o reforço da iluminação pública em locais de atravessamento pedonal ou de movimentos pedonais foram também iniciativas propostas.
O Observatório referiu que o levantamento e o trabalho de campo “decorreu em maio e junho de 2018″ e analisou a “evolução da sinistralidade rodoviária na região do Algarve”, a “caracterização e associação da sinistralidade às vias rodoviárias existentes”, a “identificação das zonas críticas de sinistralidade rodoviária no distrito de Faro, envolvendo vítimas mortais”, e a “de?nição de propostas de alteração e soluções de engenharia de tráfego com vista à redução/eliminação dos índices de sinistralidade”.
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