A menos de 15 dias da entrega do orçamento na Assembleia da República, o deputado centrista João Almeida usou o tempo do CDS-PP nas declarações políticas para abordar a tensão entre as esquerdas, BE, PCP e PEV, em tempo de negociações com o Governo minoritário do PS.
João Almeida perguntou “onde está” a redução do ISP, o imposto sobre os combustíveis, “onde está” a descida do preço do gás e da eletricidade ou o fim das cativações, depois de a maioria de esquerda ter recusado essa hipótese quanto às entidades reguladoras, ou “onde está” o investimento na ferrovia.
Foram, afirmou o deputado, três anos em que “o Governo das esquerdas” andou a “ajustar contas” com o passado, como com o anterior Governo PSD/CDS.
João Almeida admitiu ser natural que “ao PS pese na consciência" o que foi "o passado pela responsabilidade” que teve com a "situação de bancarrota" do país, em 2011, ano em que começou a intervenção da “troika”, após os governos de José Sócrates.
João Galamba, do PS, apontou resultados positivos do executivo socialista, afirmando que maior carga fiscal registada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) foi em 2015, quando PSD e CDS estavam no poder, e que baixou nos anos seguintes.
Da bancada do BE, falou Mariana Mortágua, que admitiu que há divergências entre a maioria de esquerda na negociação do orçamento, mas relativizou com o facto de serem sobre “o como e o quanto” vai baixar a conta da luz ou as pensões.
E sublinhou que são “divergências públicas”, porque “é assim a disputa política”, ao contrário do que aconteceu com a crise política que levou à “demissão irrevogável” de Paulo Portas, ex-líder do CDS, quando Vitor Gaspar (ministro das Finanças) saiu do executivo, em 2013.
Paulo Sá, do PCP, afirmou que a carga fiscal está “abaixo da média da União Europeia” e o problema é que “está mal distribuída”, sobrecarregando “os trabalhadores e o povo”, e não tanto os rendimentos do “grande capital”.
Já para António Leitão Amaro, do PSD, o problema do que se vai sabendo, pelas notícias, do orçamento é mesmo “o cálculo eleitoral” da maioria que apoia o Governo, insistindo que na tese de que em 2017 aumentou a carga fiscal.
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