Os suspeitos, todos de nacionalidade alemã, pertencem a uma organização fundada em 2020, com o nome de “Separatistas saxões", de ideologia "racista e antissemita", segundo o Ministério Público Federal da Alemanha, com sede em Karlsruhe, no sudoeste, e especializado em investigações de terrorismo.

A organização, que terá entre 15 e 20 membros, segundo o Ministério Público, considera que a "Alemanha está à beira do colapso e que em um 'dia X', o Estado e a sociedade cairão no caos".

Como preparação para este dia, os membros do grupo, cujo suposto líder tem 23 anos, passaram por um treino paramilitar com equipamento de combate.

Além disso, o grupo teve acesso a materiais militares como fardas de camuflagem, capacetes de combate, máscaras de gás e coletes à prova de bala, informou a procuradoria.

O grupo queria "estabelecer um sistema estatal e social inspirado no nacional-socialismo" (nazismo) e eliminar "pessoas consideradas indesejáveis, mediante uma limpeza étnica", afirmou o ministério público alemão.

Quase 450 agentes participaram da operação policial para desmantelar o grupo no leste da Alemanha, especificamente em Leipzig e Dresden.

O suposto líder, Jörg S., foi detido em Zgorzelec, uma cidade polaca que faz fronteira com a Alemanha.

Também aconteceram operações de busca em Viena e Krems, na Áustria.

A Alemanha desmantelou várias células de extrema-direita nos últimos anos.

Esta tendência política ganhou espaço no país, especialmente no leste, nas antigas regiões da ex-Alemanha de Leste.

Entre os suspeitos detidos, dois deles, Karl K. e Jörn S., eram menores de idade durante parte do período dos crimes, e dois outros, Kevin M. e Norman T., tinham menos de 21 anos.

Todos comparecerão, na terça e na quarta-feira, a uma audiência com um juiz, que decidirá sobre uma prisão preventiva.

Segundo o último relatório dos serviços de inteligência alemã, o número de extremistas de direita considerados violentos em 2023 era 14.500, 500 a mais do que no ano anterior.