2024 é o ano das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril. Nestes 366 dias, um dia ganha especial relevância. O próprio dia 25 de Abril de 2024. O dia em que se comemora a exata data de 50 anos depois da instauração da Democracia em Portugal e o fim do Estado Novo.
“Vai começar inevitavelmente na noite de 24, tal como aconteceu há 50 anos” disse Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril 1974, à margem da apresentação das Comemorações para 2024 que decorreu no Teatro Thalia, em Lisboa, durante a qual, a cantora Cuca Roseta cantou “E Depois do Adeus” e “Grândola, Vila Morena” e Vasco Lourenço, um dos capitães de Abril, Aida Rechena (Museu da Resistência e Liberdade) e Bernardo Branco Gonçalves (MyPolis) numa conversa com Francisco Sena Santos e Raquel Morão Lopes, moderadores do programa de rádio #NÃO PODIAS (parceria Antena 3/Comissão das Celebrações).
“Teremos concertos em várias capitais de distrito em vários pontos do país, em locais, sem ser exaustiva, como Lisboa, Porto e Matosinhos, vão existir video mappings específicos preparados para estas celebrações dos 50 anos”, desvendou.
Pormenoriza o que se irá passar nesse dia. “Em Santarém vai começar a reconstituição de uma das colunas que há 50 anos rumou a Lisboa. A célebre Coluna da Escola Prática de Cavalaria, liderada por Salgueiro Maia”, informou aos jornalistas a comissária para as celebrações do cinquentenário do 25 de Abril 74.
“E essa mesma Coluna, na madrugada de 25 de abril entrará em Lisboa e irá juntar-se ao desfile das Forças Armadas que se irá realizar, nessa manhã, no Terreiro do Paço”, detalhou.
“Essa recreação de algumas das forças que há 50 anos derrubaram a Ditadura vai ter vários momentos”, adiantou. “Durante a manhã as pessoas poderão ver algumas das viaturas e alguns dos participantes de há 50 anos no Terreiro do Paço”, avisou.
Carros e pessoas rumam, posteriormente, tal como aconteceu no dia 25 de Abril de 1974, “para o Largo do Carmo”. Aí chegados “será simulado um cerco ao Quartel do Carmo e finalmente, tal como há 50 anos, rumará à Pontinha onde estava o Posto de Comando das Operações do 25 de Abril”, finalizou.
Falar de 50 anos de democracia é “um desafio aliciante” para ser transmitido às novas gerações. “Atualmente mais de metade dos portugueses já nasceu depois do 25 de Abril. Este é um ponto fundamental das celebrações. Este marco dos 50 anos será a última oportunidade que temos para ouvir quem, por exemplo, nas Forças Armadas, nos partidos políticos e sociedade civil, trabalhou e lutou para que a Democracia existisse”, alertou Maria Inácia Rezola.
“Nunca podemos esquecer, que ao contrário de outros países, como Espanha, onde a Democracia foi negociada no seio das elites políticas, em Portugal a Democracia conquistou-se”, comparou. “Conquistou-se nas ruas, nas escolas, nos campos e nas fábricas”, finalizou.
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