Numa mensagem aos membros do Fidesz num evento à porta fechada na capital da Hungria, Budapeste, o também chefe de Governo húngaro atacou a UE, caracterizando o grupo de 27 países como uma força opressiva que tornou os seus membros participantes ativos na guerra na Ucrânia.
“Eles olham para a guerra como a sua própria guerra e lutam como se fosse a sua própria guerra”, disse Orbán sobre os líderes da UE, pedindo uma profunda mudança na condução das políticas europeias.
“A liderança em Bruxelas deve ser varrida. (…) Não merece outra oportunidade. Deve haver uma mudança em Bruxelas”, disse Orbán,
O chefe de Governo húngaro parte para as eleições europeias marcadas para o início de junho enfrentando desafios a nível interno e externo, incluindo as recentes demissões de altos funcionários húngaros e uma economia dependente dos fundos europeus que a Comissão Europeia reteve durante algum tempo, alegando o desrespeito pelo Estado de Direito.
O discurso de Orbán no evento partidário de hoje, que durou cerca de 15 minutos, centrou-se em temas que são bandeiras de campanha há vários anos: constrangimentos à imigração; a hostilidade aos direitos LGBTQ+ e as alegações de que a UE tem procurado impor a sua vontade à Hungria.
“Devemos tomar conta de Bruxelas, afastar os euroburocratas e resolver o problema com as nossas próprias mãos”, defendeu Orbán, sob fortes aplausos.
O líder de extrema-direita que governa a Hungria há 14 anos tem criticado os regimes que fornecem à Ucrânia dinheiro e armas para ajudá-la a defender-se da invasão russa.
Por sua parte, a Hungria recusou-se a fornecer assistência militar a Kiev, opondo-se à imposição de sanções da UE à Rússia pela sua agressão na Ucrânia.
Orbán há muito que acusa os países que apoiam a Ucrânia de estarem a promover o conflito e procurou retratar o seu Governo como o único na UE que favorece a paz.
No entanto, muitos dos seus críticos acusaram-no de servir os interesses russos ao aprofundar acordos energéticos com Moscovo e ao adiar pacotes de ajuda a Kiev.
Ao encerrar o seu discurso, Orbán revelou o “manifesto eleitoral” do seu partido, que prevê um ressurgimento das forças de direita na UE.
De acordo com o manifesto, se a atual liderança da UE se mantiver, “a Europa mergulhará na guerra, as ondas migratórias destruirão as nações europeias e a propaganda de género arruinará o futuro dos nossos filhos”.
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