Segundo o estudo, publicado na revista científica “Science” e que analisa dados mundiais dos últimos 60 anos, os organismos estão a ficar mais pequenos através de uma combinação de substituição de espécies e mudanças dentro das espécies.
Segundo um comunicado sobre o estudo divulgado hoje pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FC-UL), os autores do trabalho consideram que as mudanças podem dever-se às preferências alimentares dos seres humanos ou ao aquecimento dos habitats dessas espécies.
“Em alguns locais, por exemplo, têm sido observados indivíduos cada vez menores de raias espinhosas, enquanto espécies com um corpo menor, como por exemplo a cavala, estão a aumentar em abundância. Seja pelas preferências alimentares dos seres humanos, ou por causa do aquecimento dos seus habitats, os peixes grandes simplesmente não conseguem descanso”, diz citada no comunicado a primeira autoria do estudo, Inês Martins, investigadora na Universidade de York, no Reino Unido, antiga aluna da FC-UL e que conduziu o estudo enquanto investigadora da Universidade de St Andrews, na Escócia.
Sendo que são os peixes que mais diminuem de tamanho os autores da investigação notam que entre outros grupos de organismos, como plantas e invertebrados, há alterações variadas e complexas, com organismos a tornar-se maiores e outros a diminuir.
Maria Dornelas, coordenadora do estudo e investigadora FC-UL e da Universidade de St Andrews diz citada no comunicado que os resultados do estudo sugerem que quando grandes organismos desaparecem outros tentam ocupar o seu lugar e utilizar os recursos que se tornam disponíveis.
O estudo também observou a substituição de alguns organismos grandes por muitos pequenos, mantendo constante a biomassa total, o que apoia a ideia de que os ecossistemas tendem a compensar as mudanças, mantendo a biomassa global das espécies estudadas num determinado habitat estável.
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