“Se durante várias décadas a memória dos erros do passado apoiou a firme determinação de fazer todo o possível para evitar um novo conflito mundial aberto, constato com tristeza que hoje já não é assim e que os homens têm memória curta”, lamentou o jesuíta argentino numa carta dirigida ao bispo de Bayeux (Normandia), D. Jacques Habert.
Para Francisco, “é preocupante” que “a possibilidade de um conflito generalizado seja por vezes novamente considerada seriamente, que as pessoas se familiarizem gradualmente com esta possibilidade inaceitável”.
“As pessoas querem a paz”, vincou o Papa Francisco, que denuncia regularmente as consequências daquilo a que chama a ‘terceira guerra mundial em pedaços’.
“Arruinar esta nobre ordem de coisas por ambições ideológicas, nacionalistas e económicas é uma falta grave perante os homens e perante a História, um pecado perante Deus”, denunciou na carta redigida em francês, sem nomear nenhum dos países em guerra.
Prestando homenagem às “inúmeras vítimas civis inocentes” e aos soldados “que deram heroicamente a sua vida”, Jorge Bergoglio evocou a memória do “colossal e impressionante esforço coletivo e militar realizado para obter o regresso à liberdade”.
As comemorações do desembarque do “Dia D”, em 6 de junho de 1944, em França, vão reunir os principais líderes ocidentais em torno do Presidente francês, Emmanuel Macron, com o objetivo de demonstrar a sua unidade, tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia.
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