“Num espírito de comunhão e colaboração com o Papa, os bispos apresentarão as medidas em curso, compromissos e projeções”, disse a Conferência Episcopal do Chile em comunicado.
Os bispos que viajam para Roma são alguns dos membros da comissão permanente da CEC, uma instância composta por oito bispos e arcebispos.
A audiência com o pontífice, que foi solicitada pelo CECh em novembro, visa dar a conhecer ao Papa “o caminho percorrido pela Igreja do Chile” desde o último encontro, em maio no Vaticano, entre o Papa e os bispos chilenos.
Em janeiro, durante uma visita ao Chile, o Papa encontrou uma população revoltada com a Igreja local e classificou de calúnias as acusações que pendiam sobre o bispo chileno Juan Barros de ter encoberto casos de abusos.
Mais tarde reconheceu que estava mal informado, enviou um especialista em crimes sexuais cometidos pelo clero para uma investigação mais séria, pediu desculpa às vítimas, no geral, e depois individualmente em audiências no Vaticano com algumas delas.
O que o seu enviado ao Chile veio a descobrir e a relatar acabou por desencadear uma renúncia em bloco dos bispos chilenos, sete foram aceites pelo Papa, assim como um compromisso de reparação dos danos e de mudanças na Igreja.
As vítimas aplaudiram, e as autoridades policiais avançaram com uma investigação que ainda decorre e que já levou à identificação de mais de 200 vítimas e à abertura de 139 processos.
Em agosto, a poucos dias de uma visita à Irlanda, o Papa escreveu a todos os católicos do mundo, condenando o crime de abuso sexual por parte de padres e exigindo responsabilidades.
Na carta, o Papa Francisco pediu perdão pela dor sofrida e disse que os leigos católicos devem envolver-se na luta para erradicar o abuso e o seu encobrimento.
“Com vergonha e arrependimento, reconhecemos, como uma comunidade eclesial, que não estávamos onde deveríamos estar, que não agimos da melhor forma, percebendo a magnitude e a gravidade dos danos que causámos a tantas vidas”, escreveu Francisco, acrescentando: “Nós não protegemos os mais pequenos, nós abandonámo-los”.
A 12 de setembro, o Papa Francisco decidiu marcar uma cimeira sobre abusos, a realizar em fevereiro de 2019, convocando os presidentes de todas as conferências episcopais da igreja católica.
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