A comissão parlamentar que analisou o caso Partygate concluiu que Boris Johnson "tinha conhecimento das regras e orientações relativas à covid-19" quando decidiu realizar festas durante o confinamento, pelo que "tinha conhecimento das infrações às Regras e Orientações que ocorreram no n.º 10", cita o The Guardian, com base nas conclusões do relatório.
Assim, é referido que o ex-primeiro-ministro britânico "induziu a Assembleia em erro" quando referiu que as regras tinham sido cumpridas e também "quando não informou a Assembleia sobre o seu próprio conhecimento das reuniões em que as regras ou orientações tinham sido violadas".
É ainda defendido que Johnson enganou os deputados "quando deu a impressão de que era necessária uma investigação por parte de Sue Gray [funcionária pública que redigiu um relatório sobre o Partygate] antes de poder responder a perguntas, quando tinha conhecimentos pessoais que não revelou".
As conclusões apontam também que Boris Johnson "foi deliberadamente dissimulado quando tentou reinterpretar as suas declarações perante a Assembleia para evitar o seu significado claro e reformular a impressão clara que pretendia dar", nomeadamente quando defendeu "o argumento de que a falta de distanciamento social nas reuniões era admissível no âmbito das excepções que permitiam as reuniões" e "quando apresentou razões juridicamente inadmissíveis para justificar os ajuntamentos".
No início de junho, o governo britânico recusou-se a fornecer documentos solicitados pelo inquérito público sobre a gestão da pandemia covid-19, indicando que pretende recorrer aos tribunais.
Boris Johnson, que foi forçado a demitir-se no verão passado, anunciou que tinha entregado os ficheiros solicitados ao Governo e apelou que estes fossem entregues ao inquérito "com urgência".
No entanto, o governo considerou que a exigência de tais documentos levanta "importantes questões de princípio" e afeta "a boa conduta do governo".
Boris Johnson foi criticado por não ter levado a ameaça suficientemente a sério no início da pandemia e as festas realizadas na residência oficial, em 2020 e 2021, enquanto os britânicos estavam confinados às suas casas provocaram um escândalo.
A controvérsia do "Partygate" voltou a assombrar Boris Johnson depois de o governo ter passado à polícia novas provas de possíveis violações das restrições durante a pandemia.
O antigo primeiro-ministro descreveu as acusações como "totalmente absurdas" e afirmou ter cooperado "plenamente" com a investigação desde o início.
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