"Ajudámos pessoas a fugir do IC8, a nossa casa é perto da estrada, os carros ficaram em chamas e o nosso trabalho foi salvar o que pudemos", recorda Ben Thoabuan, proprietário de um pequeno espaço de turismo rural.
Quando as chamas alastraram naqueles minutos violentos na noite de sábado, o casal recebeu "entre 15 e 20 pessoas" em casa, onde aguardaram que o fogo passasse.
"A minha preocupação era ver se a casa estava bem", mas como a habitação estava segura, "abrigámo-nos e aguentámos duas ou três horas lá. Estávamos todos aterrorizados", explica Ben, que diz ter feito o que era possível.
"Fomos as pessoas certas no momento certo. Os bombeiros é que foram" os heróis, diz o britânico, que se diz parte da comunidade local de Pedrógão Grande, sem se distinguir dos portugueses ou estrangeiros que lá vivem.
"Nestas pequenas comunidades e aldeias toda a gente fica junta", resume, despreocupado, Ben, que nem sequer ficou com os contactos dos estranhos que salvou da morte certa.
"Os carros ficaram em chamas, tivemos todos sorte", recorda.
"Fiquei só com um numero de telemóvel e a família quer voltar com mais calma para falarmos. Espero que eles estejam bem", diz.
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