“Não houve novidades” nas operações realizadas hoje, pelo que as buscas “são suspensas no período noturno”, a partir das 20:30, indicou à agência Lusa o comandante local da Polícia Marítima e capitão do Porto de Setúbal, Marco Serrano Augusto.
O responsável referiu que as autoridades vão manter as buscas na quinta-feira, salientando que está previsto que as operações incluam “uma área maior, que vai desde a barra de Setúbal até ao cabo de Sines, incluindo o estuário do Sado”.
Na quinta-feira, “vamos utilizar um dispositivo diferente”, mas “adequado à área, que permite a continuação das buscas da forma mais efetiva possível pelas duas pessoas ainda desaparecidas”, assinalou.
O perímetro das buscas volta a ser novamente alargado, depois de hoje já ter sido aumentado para as 12 milhas para sul e para oeste.
Nas declarações à Lusa, o comandante local da Polícia Marítima e capitão do Porto de Setúbal adiantou que o dispositivo incluirá dois meios, um aquático, que “pode ser uma lancha”, e meios terrestres.
Segundo o responsável, as operações previstas para quinta-feira já não envolverão meios e elementos da Marinha Portuguesa nem a utilização de drones.
No caso dos drones, “só se pontualmente houver necessidades”, frisou.
O dispositivo incluirá meios e elementos da Autoridade Marítima Nacional, Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e Polícia Marítima.
O naufrágio da embarcação, na qual seguiam quatro homens e um rapaz, que iam à pesca de choco, terá acontecido por volta das 07:00 de domingo, mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta às 10:05.
O timoneiro e proprietário do barco, um homem de 62 anos, foi resgatado com vida do mar, por outro barco que passou na zona.
Ainda no domingo, foram retirados do mar os corpos do rapaz, de 11 anos, cujo pai, com cerca de 45 anos, ainda está desaparecido, e o de um adulto, de 23 anos, cujo irmão, de 21, é o outro desaparecido.
A Procuradoria-Geral da República revelou à Lusa que foi instaurado um inquérito criminal relacionado com o caso, dirigido pelo Ministério Público de Grândola.
O capitão do Porto de Setúbal também disse que mandou instaurar um inquérito de sinistro marítimo, habitual em casos de acidentes com embarcações, para averiguar as causas do acidente, podendo ou não concluir a existência de matéria contraordenacional, a imputar, neste caso, ao proprietário e timoneiro da embarcação.
Como o naufrágio provocou pelo menos duas vítimas mortais, Serrano Augusto comunicou também a matéria ao Ministério Público.
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