Ao desviar o tráfego de contentores do Canal do Suez, passando pelo sul da África, isto é, pela rota do Cabo da Boa Esperança, a Maersk prevê que a capacidade do setor do transporte marítimo de contentores entre o Extremo Oriente, o Norte da Europa e o Mediterrâneo se reduza em 15% a 20% no segundo trimestre deste ano.
“A área de risco alargou-se” e os ataques das forças houthis do Iémen, “estendem-se ainda mais ao largo”, esclarece hoje a Maersk num aviso aos seus clientes, citado pela agência Bloomberg.
Neste sentido, esta situação “obrigou os nossos navios a prolongar as suas viagens, o que resultou em atrasos e custos adicionais para fazer chegar a sua carga ao destino”, adverte a companhia de navegação e transporte de contentores dinamarquesa.
Em 30 de abril, a empresa do setor têxtil português Riopele afirmava, citada pela Lusa, que a escalada do conflito no Médio Oriente e recurso a rotas marítimas alternativas tinha obrigado a empresa a repensar todo o seu sistema logístico, face ao aumento de 45 para 60 dias do tempo de transporte de contentores da Ásia.
“Uma vez que não conseguimos agir diretamente sobre as rotas marítimas, o que fizemos foi informar os nossos parceiros de todos os procedimentos”, disse o diretor do departamento de compras da Riopele, Paulo Oliveira, citado numa nota então publicada no ‘site’ da empresa.
Adicionalmente, a Riopele “priorizou duas companhias marítimas de referência”, mantendo-se “atenta a novos desenvolvimentos”, salientava o gestor.
De acordo com o responsável, “a guerra entre Israel e o Hamas, seguida dos ataques aos navios no Canal de Suez por parte do grupo huthi, levou a que as grandes companhias marítimas desviassem a sua rota normal pelo Mar Vermelho para o sul de África, pelo Cabo da Boa Esperança”, tendo como consequência direta o aumento do frete e do tempo de trânsito.
Na semana passada, o grupo dinamarquês Maersk, considerado um barómetro do comércio mundial, afirmou que as perturbações no transporte marítimo deveriam durar, pelo menos, até ao final deste ano, embora a alemã Hapag-Lloyd tenha dado uma indicação ligeiramente mais otimista, dizendo acreditar que a crise poderia ser ultrapassada antes do final de 2024.
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