“É um problema angolano que gostava que fosse bem resolvido”, disse Pinto Balsemão à agência Lusa na cidade da Praia, à margem da sua participação numa conversa sobre democracia e governação com o ex-primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves.
A 14 de março, a Zap interrompeu a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, o que aconteceu depois de o canal português ter divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.
Desde 05 de junho, também a operadora de televisão por subscrição Multichoice, através da plataforma internacional DStv, deixou de transmitir os canais SIC Notícias e SIC Internacional África em Angola.
A operadora portuguesa NOS detém 30% da Zap, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Os restantes canais do grupo português, SIC Mulher, SIC Radical, SIC Caras e SIC K, continuam a ser transmitidos normalmente em Angola.
Questionado sobre o assunto pela Lusa, Francisco Pinto Balsemão não se alongou muito nas respostas, dizendo apenas que o grupo Impresa é a “favor do pluralismo e de uma concorrência sã e leal”.
O empresário e também antigo primeiro-ministro português afirmou ainda que este é um assunto que fará parte da campanha eleitoral em Angola.
O país vive, atualmente, um clima de pré-campanha para as eleições gerais de 23 de agosto, às quais já não concorre José Eduardo dos Santos, Presidente da República desde 1979.
Em junho, a empresária Isabel dos Santos, que detém a distribuidora angolana de televisão por subscrição Zap, escreveu nas redes socais que “a SIC é muito cara” e que a exclusão dos canais daquele grupo português era uma decisão comercial.
Instado a comentar, Pinto Balsemão disse que não quer entrar no assunto, remetendo apenas para um comunicado imitido pelo grupo Impresa.
Fonte oficial da SIC disse que se “preocupa essencialmente com a liberdade de informação” e a prestação “de serviços de qualidade”, pelo que não se enreda “em ‘tertúlias’ nas redes sociais”.
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