Frisando que este foi o resultado de uma “complexa e morosa investigação” da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, a PJ afirmou em comunicado que conseguiu “desarticular, por completo, a atividade de um conjunto de autores que, pelo menos desde o ano de 2011”, se dedicava àqueles crimes.
Segundo a Polícia Judiciária, os detidos praticaram “centenas de crimes de falsificação de documentos” que depois eram utilizados em burlas, “através das quais se conseguiram apropriar de bens no valor global de centenas de milhar de euros”.
“No desenvolvimento da sua atividade criminosa, os arguidos utilizavam astuciosos procedimentos, sendo que um deles consistia na falsificação de documentos suporte para a contratação de crédito com diversas entidades financeiras, mediante a utilização de ‘testas de ferro’ para a obtenção dos bens financiados. Uma vez na posse destes, vendiam-nos ilegitimamente a terceiros, adquirentes de boa-fé, obtendo os respetivos proventos económicos que daí advinham e nunca pagando o crédito contratado”, lê-se no comunicado.
Ainda através da utilização de ‘testas de ferro’, a rede abria contas bancárias em nome dos mesmos, “onde eram depositados largos milhares de euros obtidos através de créditos pessoais celebrados em nome daqueles e baseados em documentação falsa, pelo que nunca as entidades financeiras em questão conseguiriam obter uma boa cobrança dos mesmos”, acrescentou a PJ.
A rede simulava também avarias e acidentes automóveis, na sequência dos quais requisitava às seguradoras veículos de substituição – sempre de gama média/alta - e vendia-os com base em documentos falsos.
“Em todos os casos, obtinham lucros integrais, uma vez que não tinham quaisquer custos associados”, sublinhou a PJ.
Durante a investigação, a Polícia Judiciária inquiriu mais de duas centenas de testemunhas e lesados e realizou 48 buscas, tendo apreendido um imóvel, treze viaturas de gama média e alta, dezenas de telemóveis e equipamento informático, uma arma de fogo e material relacionado com a prática da atividade criminosa.
No âmbito desta investigação, foram ainda constituídos 59 arguidos, alguns dos quais se encontram em prisão preventiva, tendo sido deduzida acusação a 52 deles, pela prática de 476 crimes.
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