As buscas na casa de Kassab foram pedidas pela Procuradoria-geral da República (PGR) para investigar declarações sobre pagamento de suborno feitas por executivos da JBS que estão colaborando com a Justiça, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo o órgão de Justiça brasileiro, há suspeitas de que o ministro recebeu subornos no valor total de 58 milhões de reais (13 milhões de euros) em dois momentos distintos.
“O primeiro pagamento de suborno teria ocorrido entre 2010 e 2016, período em que o político teria recebido 350 mil reais (78,7 mil euros) mensais, alcançando, ao todo, 30 milhões de reais (6,7 milhões de euros). O objetivo dos pagamentos era contar com poder de influência do ministro em eventual procura futura de interesse do referido grupo”, refere-se no comunicado do MPF.
O segundo suborno terá ocorrido em 2014, quando a JBS supostamente pagou 28 milhões de reais (6,3 milhões de euros) ao diretório Nacional do Partido Social Democrático (PSD), na época presidido por Kassab, para que apoiasse o Partido dos Trabalhadores (PT) na corrida presidencial em que venceu a ex-Presidente Dilma Rousseff.
Para viabilizar as transferências, os investigadores brasileiros descobriram que as partes assinaram um contrato fictício para prestação de serviços com uma empresa de transporte que mantinha relação comercial com a J&F, holding controlada pela JBS.
Também há um registo da entrega de dinheiro em espécie, que teria sido transferido através de doações oficiais de campanha e outros meios.
O MPF informou que realizou outras sete operações em busca de provas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Norte, em casas de quatro pessoas e três empresas cujas identidades não foram divulgadas por determinação da Justiça.
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