Desde que foi lançado em 2008, o Porta 65 Jovem, programa do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana que comparticipa a renda a jovens à procura de residência, já apoiou 112 627 agregados, adianta hoje o Jornal de Notícias, com base em dados disponibilizados pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
A intensa procura de casas e a reduzida quantidade disponível fez disparar os preços das rendas, o que tem levado cada vez mais pessoas a requerer este apoio estatal. Só em 2020, foram perto de 11 mil os jovens apoiados, despendendo o Governo 19,5 milhões de euros, atingindo o maior valor de sempre já gasto, em 2010.
De acordo com o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, de 2013 até 2020 a dotação destinada ao Porta 65 Jovem foi aumentada em 60%, isto depois dos anos da troika, em que o corte orçamental baixou os valores disponíveis e o número de beneficiários.
Desde 2018 que o número de beneficiários disparou, assim como também se registou um aumento da dotação financeira. Tal é explicado pela alteração das regras do programa, já que o Governo facilitou as condições de acesso. Antes, o Porta 65 Jovem abrangia pessoas com mais de 18 anos e menos de 30 anos (ou 32, para os casais), mas foi alargado para pessoas até aos 35 anos (ou 37, sendo um casal). Além disso, o período durante o qual se pode beneficiar do apoio aumentou de três para cinco anos.
Como consequência, por exemplo, na candidatura de dezembro de 2020 foram atribuídos apoios a 1538 novos candidatos, quando tinham sido apenas 454 no período homólogo em 2019. A grande maioria dos contratos de arrendamento apoiados teve como destino as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, sendo que Lisboa, Sintra, Vila Nova de Gaia,, Porto, Amadora, Gondomar, Loures, Maia e Matosinhos foram os mais apoiados, assim como Coimbra.
Ainda assim, dado que o Porta Jovem 65 comparticipa apenas entre 30% a 50% da renda, há um teto máximo estabelecido para cada concelho, sendo qualquer renda que o ultrapasse excluída das candidaturas. Dadas estas condições, refere o JN que a Deco Proteste tem vindo a avisar para um “grande desfasamento entre a renda máxima aceite pelo Porta 65 e os valores médios do mercado imobiliário", pois muitas das rendas habitualmente praticadas pelos senhorios já fogem aos valores passíveis de apoio.
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