Referindo que a sua “obra é vasta”, o júri destacou, no estrangeiro, os projetos de sua autoria, o Centro de Criação Contemporânea, em Tours, em França, e o Museu de Design e Arte Contemporânea, em Lausanne, e, em Portugal, a sede da EDP, em Lisboa, onde, “com dois fragmentos paralelos, o arquiteto constrói uma praça virada a sul protegida por ‘brise-soleils’, com grande efeito plástico”.
“Nestes edifícios, ultrapassa-se o mero cumprimento do programa, construindo-se cidade”, sublinha o júri, na comunicação lida pelo seu presidente, Francisco Pinto Balsemão, no anúncio do vencedor do Prémio Pessoa, hoje realizada em Seteais, Sintra.
“A sua arquitetura é moderna, abstrata e contemporânea, mas parte de uma recolha de formas e materiais vernaculares portugueses, que integra de um modo exemplar. A construção de formas e volumes é feita com um caráter inovador, por subtração de matéria, esculpindo vazios, contrariando assim o sentido clássico do projetar. Na obra doméstica e na recuperação de edifício é raro provocar ruturas, mas não cede a mimetismos fáceis, conseguindo estabelecer uma continuidade entre passado e atualidade”, afirma o júri.
Manuel Aires Mateus nasceu em Lisboa, em 1963, e licenciou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1986, tendo trabalhado com o arquiteto Gonçalo Byrne, entre 1983 e 1988.
Foi professor na Graduate Scholl of Desing de Harvard, nos Estados Unidos, e, atualmente, leciona na Accademia di Architettura de Mendrisio, na Suíça, onde desenvolve uma atividade pedagógica cujos resultados integra nos seus projetos.
O júri foi presidido por Francisco Pinto Balsemão e constituído por Emídio Rui Vilar, Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião e Rui Vieira Nery.
O Prémio Pessoa, com o valor pecuniário de 60.000 euros, é atribuído anualmente a um português, que, durante esse período, e na sequência de uma atividade anterior, tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país.
O Prémio é uma iniciativa do semanário Expresso, e foi atribuído pela primeira vez em 1987, tendo sido distinguido o historiador José Mattoso.
Ao longo das 31 edições do galardão foram premiadas 33 personalidades portuguesas (lista completa abaixo), entre as quais a pintora Menez, o ator e encenador Luís Miguel Cintra, o arquiteto Eduardo Souto de Moura, a pianista Maria João Pires, o eclesiástico Manuel Clemente e a cientista Maria Manuel Mota.
Em 1992, o Prémio Pessoa foi atribuído aos neurocientistas António e Hanna Damásio e, em 1999, ao escritor Manuel Alegre e ao fotógrafo José Manuel Rodrigues.
Segundo a organização, o Prémio Pessoa tem por objetivo “representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses”.
O Prémio Pessoa distingue anualmente uma personalidade portuguesa que tenha tido uma "intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica".
O júri do Prémio Pessoa 2017 é composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), Emídio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
O vencedor da edição do ano passado foi o escritor e filólogo Frederico Lourenço, de quem o júri elogiou o “traço singular” de ter oferecido "à língua portuguesa as grandes obras de literatura clássica".
O Prémio Pessoa, que vai na sua 31.ª edição, tem um valor monetário de 60 mil euros e é uma iniciativa do jornal Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.
Lista das personalidades distinguidas com o Prémio Pessoa, desde a sua criação, em 1987:
2017 - Manuel Aires Mateus (arquiteto).
2016 - Frederico Lourenço (filólogo, escritor, tradutor).
2015 - Rui Chafes (escultor).
2014 - Henrique Leitão (historiador de ciência).
2013 – Maria Manuel Mota (investigadora).
2012 – Richard Zenith (investigador).
2011 – Eduardo Lourenço (ensaísta).
2010 – Maria do Carmo Fonseca (investigadora).
2009 – Manuel Clemente (cardeal-patriarca de Lisboa).
2008 - João Luís Carrilho da Graça (arquiteto).
2007 – Irene Flunser Pimentel (historiadora).
2006 – António Câmara (investigador).
2005 – Luís Miguel Cintra (ator, encenador).
2004 – Mário Cláudio (escritor).
2003 - José Joaquim Gomes Canotilho (constitucionalista).
2002 - Manuel Sobrinho Simões (investigador).
2001 - João Bénard da Costa (historiador de cinema).
2000 - Emmanuel Nunes (compositor).
1999 - Manuel Alegre (escritor) e José Manuel Rodrigues (fotógrafo).
1998 - Eduardo Souto de Moura (arquiteto).
1997 - José Cardoso Pires (escritor).
1996 - João Lobo Antunes (investigador, neurocirurgião).
1995 - Vasco Graça Moura (escritor e tradutor).
1994 - Herberto Helder (poeta).
1993 - Fernando Gil (ensaísta).
1992 - António e Hanna Damásio (investigadores).
1991 - Cláudio Torres (arqueólogo).
1990 - Menez - Maria Inês da Silva Carmona Ribeiro da Fonseca (artista plástica).
1989 - Maria João Pires (pianista).
1988 - António Ramos Rosa (poeta).
1987 - José Mattoso (historiador).
[Notícia atualizada às 12:56]
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