"Estava na altura de ser alguém da região do Minho a assumir a liderança da TPNP”, afirmou José Maria Costa à Lusa, justificando a proposta com o desenvolvimento “acentuado” que o Alto Minho, o Baixo Minho, a zona do Cávado e do Ave tiveram nos últimos anos na área do turismo, com investimentos privado e público.
O autarca socialista, para quem o Minho é a região “mais vibrante” do Norte para liderar a entidade, entende que a TPNP “deve estar ao serviço da região”, e não apenas de uma parte do Norte.
Na quarta-feira, três dos cinco elementos da comissão executiva da TPNP apresentaram a sua demissão, provocando a marcação de eleições antecipadas para 18 de janeiro.
O presidente da mesa da assembleia geral, Eduardo Vítor Rodrigues, também apresentou a demissão, pelo que aquele órgão também vai a votos na mesma data.
O autarca da capital de distrito de Viana do Castelo e líder da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho disse estar a "veicular o pensamento de muitas pessoas da região que entendem que a região do Minho não foi bem tratada como gostariam no contexto regional".
"Atendendo ao bom desempenho que todas as atividades económicas, associações, autarquias, entidades intermunicipais têm feito ao longo destes últimos anos, com crescimento das exportações, do número de alojamento, de estadias na região, acho que faria todo o sentido ser agora a vez de alguém do Minho liderar o TPNP", frisou.
Defendeu que essa liderança permitiria "retomar, novamente, a cooperação e espaço de ação junto da Galiza e Castela Leão".
"Era altura, de facto, da região do Minho assumir esta liderança e há pessoas com capacidade, que estão à frente de instituições que já têm dado provas de que podem fazer esse trabalho (…), para que a promoção do turismo seja vista do ponto vista segmentado, mas de uma forma mais global", realçou.
O presidente da Comissão Executiva da TPNP, Melchior Moreira, está atualmente em prisão preventiva no âmbito da Operação Éter, uma investigação em curso da Polícia Judiciária sobre uma alegada viciação de procedimentos de contratação pública que culminou com a indiciação de cinco arguidos.
Entre os restantes quatro arguidos encontram-se Isabel Castro, diretora operacional da TPNP, que ficou suspensa de funções e com proibição de contactos, e Gabriela Escobar, jurista na mesma entidade, que ficou sujeita a proibição de contactos.
As demissões que fizeram cair a comissão executiva foram divulgadas na quarta-feira, no final de uma assembleia geral realizada na sede da TPNP, em Viana do Castelo.
A decisão foi comunicada aos jornalistas pelo presidente da assembleia geral. Eduardo Vítor Rodrigues revelou que as demissões foram apresentadas pelos presidentes das câmaras de santa Maria da Feira e Vila Real, e pelo representante da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, que integram a comissão executiva da TPNP.
O responsável explicou que com estas três demissões e a ausência de Melchior Moreira o órgão cai por falta de quórum.
O vice-presidente da TPNP, Jorge Magalhães, que na ausência de Melchior Moreira estava a conduzir interinamente os destinos da instituição, não apresentou a sua demissão.
Comentários