Novas variantes podem tornar as vacinas de primeira geração contra a Covid-19, aquelas que estão a ser administradas em Portugal e nos restantes países, ineficazes no combate ao vírus.

Esta é a previsão da maioria dos 77 cientistas entrevistados pela People’s Vaccine Alliance, avança esta terça-feira o britânico The Guardian.

A People’s Vaccine Alliance é uma coligação de várias organizações internacionais, como a Amnistia Internacional, a Oxfam ou a UNAIDS (Programa das Nações Unidas para o HIV), que fez uma pesquisa com 77 epidemiologistas, virologistas e infeciologistas de 28 países.

Dois terços destes especialistas concluíram que para enfrentar a ameaça da Covid-19 e as suas variantes, terão que ser criadas novas fórmulas para as vacinas porque estas de primeira geração agora criadas poderão ser ineficazes dentro de cerca de um ano. Perto de um terço dos inquiridos, considera que será em menos tempo, num espaço inferior a nove meses.

Mais, 88% dos inquiridos — de entidades como a Johns Hopkins, Yale, o Imperial College, a London School of Hygiene & Tropical Medicine e a Universidade de Edimburgo — considerou que o facto de haver muitos países onde as taxas de vacinação são ainda baixas faz com que apareçam mutações do vírus mais resistentes às vacinas que agora estão a ser administradas.

“A menos que vacinemos o mundo, deixamos o campo aberto para mais mutações, que podem produzir variantes que podem escapar de nossas vacinas atuais e exigir doses de reforço para lidar com elas”, disse, em comunicado citado pela publicação, Gregg Gonsalves, professor de epidemiologia na Universidade de Yale.