“Há coisas que se poderia ter gerido muito melhor no terreno”, reconheceu o primeiro-ministro numa entrevista à cadeia pública de televisão ABC, em que anunciou uma investigação pública sobre a resposta aos incêndios.
A desculpa do primeiro-ministro chega depois de na sexta-feira milhares de pessoas se terem manifestado em várias cidades da Austrália para pedir a sua demissão e exigir ao Governo mais meios para lutar contra as alterações climáticas e os incêndios florestais, dos quais já resultaram 28 mortos e milhares de casas calcinadas.
Morrison, que se negou a relacionar a crise climática com o agravamento dos incêndios florestais, tem sido objeto de críticas nas últimas semanas.
O primeiro-ministro conservador foi criticado por ir de férias sem avisar para o Hawai, Estados Unidos, em plena crise antes do Natal e durante as suas visitas às zonas afetadas foi mal recebido pelas populações, designadamente com insultos.
Em relação às políticas para enfrentar os efeitos da crise climática, Morrison afirmou durante a entrevista que “o Governo continuará com os seus esforços para alcançar os objetivos” de redução de emissões, sem dar mais pormenores.
Desde que começaram, em setembro passado, os incêndios arrasaram uma superfície de mais de oito milhões de hectares, equivalente à da Irlanda, e calcula-se que até mil milhões de animais selvagens tenham morrido, enquanto continua a época seca e de incêndios.
Depois de vários dias críticos devido às altas temperaturas, na próxima semana está previsto um clima mais frio que poderia dar uma trégua aos bombeiros que lutam contra os devastadores incêndios em todo o país.
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