Kishida, que está a participar numa cimeira trilateral nos Estados Unidos com o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse aos jornalistas que irá visitar a fábrica assim que regressar ao Japão.
“A descarga de água tratada é uma questão que não pode ser adiada se queremos progredir regularmente no desmantelamento e reconstrução de Fukushima”, disse o chefe de Governo.
Kishida disse que o executivo japonês está na “fase final” da tomada de decisão, mas recusou-se a revelar a data exata em que a água da central nuclear começaria a ser libertada no Oceano Pacífico.
O primeiro-ministro disse que a decisão levará em consideração os preparativos e medidas de segurança para prevenir possíveis danos à reputação do pescado japonês.
“Antes de tomar uma decisão final, quero dar uma olhadela em primeira mão no terreno e ver se as medidas de segurança máximas foram tomadas para a libertação e se todos os envolvidos estão comprometidos com um forte senso de responsabilidade pelo projeto”, disse Kishida.
O governante acrescentou que deseja garantir que os dirigentes da operadora da central, a Tokyo Electric Power Co (TEPCO), partilham um forte compromisso com o eventual encerramento da central e a recuperação da região de Fukushima.
O Japão pretende descarregar no mar, durante as próximas décadas, água da central nuclear de Fukushima Daiichi, no nordeste do país, devastada por um sismo e tsunami em março de 2011.
A central deverá, no início de 2024, ficar sem espaço para armazenar cerca de 1,33 milhões de toneladas de água, proveniente de chuva, água subterrânea ou injeções necessárias para arrefecer os núcleos dos reatores nucleares que entraram em colapso em 2011.
Tanto o governo japonês como a TEPCO alertaram que a água deve ser removida, para evitar fugas acidentais dos tanques e para abrir espaço para o futuro desmantelamento da infraestrutura.
Apesar de ter sido aprovado pela Agência Internacional de Energia Atómica, o plano levantou preocupações nos países vizinhos, provocando protestos populares na Coreia do Sul e levando a China a proibir a importação de alguns alimentos de dez províncias do Japão.
No final de junho, o comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau criticou o plano japonês, classificando-o de irresponsável e de violar o direito internacional.
O governo da Coreia do Sul tem realizado vários testes para demonstrar às pessoas que não há risco de contaminação ambiental ou de alimentos devido às descargas de Fukushima.
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