Modi, 73 anos, é o primeiro chefe de Governo indiano a visitar a ex-república soviética, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. "Cheguei a Kiev esta manhã", escreveu na rede social X.
Chegou à capital ucraniana num comboio noturno procedente da Polónia, itinerário habitualmente utilizado pelas delegações oficiais: os aviões não pousam no país desde o início da guerra.
A empresa estatal de ferrovias divulgou um vídeo que mostra Modi a sair do comboio e a cumprimentar as autoridades que o receberam na plataforma.
Na quinta-feira, na Polónia, Modi declarou que "nenhum conflito pode ser resolvido num campo de batalha".
"Apoiamos o diálogo e a diplomacia para restabelecer a paz e a estabilidade o mais rápido possível. E para isso, a Índia está disposta a fazer todas as contribuições possíveis com os países amigos", afirmou, durante uma entrevista coletiva com o homólogo polonês Donald Tusk.
Na Ucrânia, Modi reunir-se-á com o presidente Volodimir Zelensky para falar sobre as "perspetivas de uma solução pacífica do conflito na Ucrânia" e o "aprofundamento da amizade Índia-Ucrânia", segundo um comunicado de seu gabinete.
A Índia tenta manter um equilíbrio delicado entre a Rússia, com a qual estabeleceu fortes vínculos, e as nações ocidentais, com as quais pretende intensificar os laços para contra-atacar a China, seu rival regional.
Modi evitou condenar explicitamente a invasão russa da Ucrânia desde o início do conflito, há mais de dois anos, e sempre optou pela abstenção nas votações das resoluções da ONU contra a Rússia.
O primeiro-ministro indiano reuniu-se com o presidente russo, Vladimir Putin, no início de julho, em Moscovo.
A visita aconteceu pouco depois de bombardeios da Rússia contra várias cidades da Ucrânia. Os ataques deixaram dezenas de mortos e provocaram danos num hospital pediátrico em Kiev.
Durante a visita, os dois governantes abraçaram-se e o presidente russo entregou uma condecoração ao seu convidado.
Zelensky chamou a viagem de Modi a Moscovo de "golpe devastador para os esforços de paz".
Putin afirma que um cessar-fogo e negociações serão possíveis apenas se Kiev ceder as regiões que a Rússia afirma ter anexado e abandonar o seu desejo de aderir à NATO.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais afirmam que as condições são inaceitáveis.
O início de uma ofensiva ucraniana na região russa de Kursk a 6 de agosto provoca ainda mais incerteza, ao mesmo tempo que as tropas russas continuam a avançar no leste da Ucrânia.
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