Al Sidiq al Sur enviou uma carta ao chefe do Conselho Judicial do Líbano, o juiz Zaher Hamadé, a solicitar formalmente a extradição de Hannibal Kadhafi, de acordo com o portal noticioso The Libya Observer.
O procurador-geral pediu ainda uma cópia da suposta confissão, feita por Hannibal Kadhafi às autoridades do Líbano, sobre o que aconteceu com o líder religioso xiita libanês Musa Sadr, que desapareceu após visitar a Líbia a convite de Muammar Kadhafi.
Hannibal Kadhafi foi detido em 2015 na capital do Líbano, Beirute, e acusado de ocultar informações sobre o destino do clérigo, no âmbito de uma investigação sobre a eventual morte de Musa Sadr.
As autoridades da Líbia afirmaram que o religioso deixou o país com destino à Itália, mas o governo libanês continua a responsabilizar o regime de Muammar Kadhafi pelo desaparecimento de Musa Sadr.
O investigador libanês Hasan Al Shami, citado pelo The Libya Observer, disse que Hannibal Kadhafi confessou que o xiita esteve detido entre 1978 e 1982 no município de Janzur, perto da capital líbia, Trípoli.
Hannibal Kadhafi refugiou-se na Argélia com a mãe, a segunda mulher de Muammar Kadhafi, e dois dos seus irmãos, Mohamed e Aisha, em agosto de 2011, depois de o pai ter sido capturado na sequência de uma revolta popular que o levaria à morte.
Hannibal, de 48 anos, está no Líbano desde final de 2011. Em junho fez greve de fome em protesto contra a sua detenção.
Casado com a ex-modelo libanesa Aline Skaf, Hannibal seguiu carreira militar e tornou-se célebre depois de protagonizar vários incidentes violentos na Europa.
Em 2004, Hannibal foi detido em Paris por condução perigosa. Um ano mais tarde, a justiça francesa condenou-o a quatro meses de prisão por atos de violência contra a sua companheira, que na altura estava grávida.
Em 2008, foi detido em Genebra, na Suíça, por ter agredido um dos empregados do hotel onde estava alojado.
Depois de duas noites na prisão e o pagamento de uma fiança de quase 300 mil euros, Hannibal acabou por escapar à justiça e regressar à Líbia, incidente que provocou uma crise diplomática com a Suíça.
Em 2010, a Suíça pagou 1,1 milhões de euros a Hannibal para libertar um executivo suíço que tinha sido feito refém na Líbia.
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