“Respeitem os professores”, reclamou Mário Nogueira, em Coimbra, ao fazer um balanço da adesão à greve nacional de professores e educadores, que hoje decorre nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.
Segundo os dados recolhidos pela Fenprof, hoje está a ser “o dia com mais elevada adesão à greve, que ultrapassa os 80%” na generalidade das escolas e jardins-de-infância da região Centro.
“A legalidade tem de ser cumprida”, designadamente o Orçamento do Estado de 2018, “o que obriga a que o tempo seja recuperado e que essa recuperação comece já em 2019”, defende o Sindicato dos Professores da Região Centro, filiado na Fenprof, numa nota cujo conteúdo, no essencial, foi reafirmado aos jornalistas por Mário Nogueira, no final de uma ação de contacto com a população, na Baixa de Coimbra.
O líder sindical acusou o Governo de “tentar limpar um quarto da vida profissional” dos professores e educadores.
“Que não pensem que irão eliminar” essa parte do tempo de serviço, advertiu.
Mário Nogueira salientou que esta semana de luta dos docentes portugueses culmina no Dia Mundial do Professor, sexta-feira, com a realização de uma manifestação nacional, em Lisboa, coincidindo com as comemorações dos 108 anos da implantação da República, em 05 de outubro de 1910.
A I República “fez um investimento enorme na escola pública” e procurou “valorizar os professores”, sublinhou.
“Parece que temos um Governo desajustado dos valores da República”, criticou, reiterando a necessidade de “cumprir a lei” para que o tempo de serviço dos professores seja contabilizado na totalidade, através de “uma negociação do tempo e do modo” de alcançar esse objetivo.
Também João Dias da Silva, da FNE, lamentou que o executivo de António Costa “esteja a adiar as suas responsabilidades” perante os professores, cabendo-lhe acatar a “obrigação de negociar imposta pela Assembleia da República”.
“Os professores não aceitam serem enganados e que da parte do Governo haja incumprimento da lei”, disse João Dias da Silva à agência Lusa, durante uma ação da FNE no Largo da Portagem, enquanto a Fenprof centralizou a sua iniciativa a escassas centenas de metros, na Praça 8 de Maio.
O presidente da FNE, Jorge Santos, também participou no contacto com a população e com os turistas de diversos países que visitam a cidade.
Aliás, as diferentes organizações sindicais que hoje se movimentaram na Baixa de Coimbra distribuíram um documento em quatro línguas – português, espanhol, inglês e francês – em que explicam as razões da luta dos professores portugueses.
“Aquilo que está em causa é uma tentativa, de uma forma enviesada, de terminar com a carreira dos professores”, acentuou Jorge Santos.
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