“A determinação destes professores e a vontade de continuar a lutar são extraordinárias e isto não vai parar enquanto o Governo não der resposta aos problemas dos professores”, disse Mário Nogueira.
Em declarações à agência Lusa, na Avenida dos Aliados, rodeado de faixas com reivindicações e ‘slogans’ e ao som de apitos, gaitas de foles e tambores, o secretário-geral da Fenprof fez um balanço da greve por distritos que terminou hoje.
“Hoje está praticamente tudo fechado no distrito do Porto. A greve hoje estará num nível de 97 ou 98% [de adesão]. Há escolas a 100% em todo o distrito. Foi uma greve que nunca baixou dos 90% e vai aumentando à medida que o Ministério vai fazendo reuniões e não dá resposta”, resumiu.
Mário Nogueira acusou o Governo de “falta bom senso” e “falta capacidade para perceber” os professores, uma profissão que “deu sempre uma resposta mesmo nos momentos mais exigentes” e exigiu “respeito”, palavra que marcou quer os gritos da manhã, quer a faixa central colocada no palco montado de costas para a Câmara Municipal do Porto.
“Não são os dias de greve dos professores que vão atrapalhar as aprendizagens dos alunos. O que atrapalha é a falta de professores nas escolas. Se o Governo não percebe isso, o Governo não percebe nada. É preciso dar resposta às justas reivindicações. Estes professores não estão aqui porque querem ter privilégios. Estão aqui porque querem ser respeitados”, disse o secretário-geral.
Mário Nogueira garantiu que “os professores não estão isolados nas suas reivindicações” e destacou a “solidariedade” de “muitas associações de pais”, bem como de associações internacionais, nomeadamente do Brasil, França e Itália.
A greve por distritos iniciada a 16 de janeiro termina hoje no Porto, com uma manifestação na Avenida dos Aliados organizada por uma plataforma de oito organizações sindicais.
No sábado, professores e funcionários das escolas voltam a participar em mais uma manifestação nacional que se realizará em Lisboa.
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