Duarte Costa, comandante nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANEPC), começou a conferência de imprensa referindo que os portugueses têm mostrado um grande nível de cidadania face à situação do país. "Normalmente, na Autoridade, costumamos dizer 'nós somos todos Proteção Civil' e agora dizemos 'nós somos todos agentes de saúde pública'", disse.

A ANEPC tem estado a atuar fundamentalmente no que diz respeito a respostas de emergência e de proteção civil e a colaborar com as autoridades de saúde, nomeadamente com a DGS, para "articular um conjunto de atividades" que pretendem "salvaguardar a segurança dos cidadãos, para salvar vidas", frisou Duarte Costa.

O comandante referiu que a primeira medida que o país tomou foi elevar logo os estados de alerta especial para amarelo por todo o território nacional. Contudo, alguns distritos estão já em alerta laranja: Porto, Aveiro e Lisboa, uma vez que são "sítios com maior incidência dos riscos e de casos", o que obriga a uma atividade mais próxima da Proteção Civil, para controlo e coordenação. Inicialmente, Duarte Costa referiu Braga como estando em alerta laranja, informação agora corrigida e confirmada pelo SAPO24.

Além da organização a nível nacional, a Proteção Civil teve de se organizar nos municípios e distritos, criando comissões que "ponderaram ou não aquilo que seria a ativação dos planos de emergência distrital". Dos 18 planos possíveis de ativar em território continental, dez estão já ativos: Aveiro, Bragança, Coimbra, Faro, Guarda, Leiria, Porto, Santarém, Vila Real e Viseu. Contudo, Duarte Costa acrescentou que "esta não é uma contabilidade final", uma vez que se podem considerar outros planos se a situação assim o exigir.

A nível operacional, o comandante referiu que, antes de qualquer medida de mitigação, foram recolhidos dados sobre os meios existentes a nível distrital, para aumentar os regimes de cooperação com a Proteção Civil Nacional no combate à Covid-19.

Duarte Costa referiu ainda os planos de contingência de todas as entidades e, a nível da Proteção Civil, reforçou as reservas de operacionais para que o sistema não pare em caso de emergência.

O comandante reforçou ainda o esforço de todos para o regresso à normalidade. Para isso, ontem foi ativado ontem o Plano de Emergência e Proteção Civil, que permite "garantir um enquadramento de todas as medias avulsas que já estavam a ser tomadas e que careciam de um plano genérico e dá a hipótese de criar outros grupos que contribuam para a continuidade da prestação do socorro em Portugal".

No fim da conferência, Duarte Costa deixou um apelo aos portugueses. "Fiquem em casa. E, quando eu digo 'fiquem em casa', é mesmo fiquem definitivamente em casa. Cada pessoa que ficar em casa vai interromper a cadeia de transmissão para que haja menos pessoas infetadas", pelo que existirão "menos portugueses doentes a ficarem doentes e, em última análise, vão haver menos portugueses a morrerem por causa da Covid-19", reforçou.

"A normalidade que se vive é uma normalidade que queremos manter e cá estaremos para esse apoio", rematou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

À semelhança do que aconteceu com vários países, que adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras, também Portugal se encontra em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, até às 23:59 de 02 de abril.

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