As declarações dos apoiantes de Rui Rio aos jornalistas foram feitas poucos minutos depois de um crítico, o líder do PSD-Lisboa Pedro Pinto, também ter falado à comunicação social, numa sucessão de reações que é pouco habitual nos Conselhos Nacionais, reuniões que decorrem à porta fechada.
Também pouco habitual foi o facto de o discurso de Rui Rio, feito perante os conselheiros, ter sido colocado online pouco depois, no site do PSD e na rede social Twitter.
O presidente dos Autarcas Sociais-Democratas (ASD) e membro da Comissão Política Nacional Álvaro Amaro disse ter ido à reunião do Conselho Nacional, que decorre num hotel no Porto, “com grandes expectativas de perceber as motivações” dos críticos.
“Como não há nenhuma justificação plausível, não há nenhuma crise no partido, qual o argumento?”, questionou, dizendo que se fossem as sondagens nunca teria sido presidente da Câmara da Guarda.
Para Álvaro Amaro, “não há sondagem maior que é o líder eleito há um ano ir a eleições” e manifestou a convicção de que este processo “termina hoje” e o PSD e Rui Rio “sairão reforçados”.
“O PS que se cuide, acho que o PSD sairá muito reforçado e Rui Rio muito reforçado”, afirmou.
Na mesma linha, o eurodeputado social-democrata e líder da distrital de Braga José Manuel Fernandes lembrou que “há cerca de três meses as distritais com exceção de Lisboa aprovaram um documento para apoiar Rui Rio”.
“Nestes três meses nada mudou. Há um outro precedente gravíssimo que é um partido ser comandado pelas empresas de sondagens”, criticou.
“E há outra coisa estranha: se se valorizam tanto as sondagens, este precedente, se existir, então antes de alguém se candidatar a líder ou de o desafiar deve-se submeter a uma sondagem para verificar se está em melhores condições do que aquele que é desafiado”, criticou.
José Manuel Fernandes salientou que Rui Rio cumpriu o primeiro ano de mandato e “o segundo é muito mais difícil”,
“Temos três eleições (…) ele tem o direito de se apresentar, tem esse dever, e o resultado vê-se no final do jogo, nunca se vê o resultado ao intervalo”, defendeu.
O Conselho Nacional do PSD está hoje reunido desde as 17:00 para debater e votar uma moção de confiança política à direção, apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.
Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições – completou no domingo metade do seu mandato, um ano – mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.
De acordo com os estatutos do PSD, “as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante”.
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