No programa “Geometria Variável”, da Antena 1, conduzido pela jornalista Maria Flor Pedroso, Balsemão foi questionado sobre a atual disputa interna no PSD, com eleições diretas em 27 de novembro, a que concorrem o atual presidente e recandidato Rui Rio e o eurodeputado Paulo Rangel.
“Posiciono-me dizendo que é bom que os partidos estejam agitados, é sinal que não adormeceram, que vai ganhar o melhor e eu não vou pronunciar-me sobre qual é que vou apoiar. Dou-me muito bem com os dois, acho que são ambos muito válidos”, afirmou, dizendo que irá escolher “através do seu voto”.
Tanto em 2018 como em 2020, o fundador do PSD apoiou Rio na disputa da liderança do PSD, primeiro contra Pedro Santana Lopes e depois contra Luís Montenegro, por entender que este era “a melhor solução para o partido e para o país”.
Ainda sobre o PSD, o antigo líder social-democrata disse gostar que existisse um debate entre os candidatos do PSD – que Rio já recusou – e, quanto aos entendimentos, rejeita que possam ser feitos com partidos dos extremos políticos, como o Chega ou PCP.
“Dos que estão mais perto, vejo o PS como um grande partido e alguns mais pequenos como a IL e o CDS. Digo por essa ordem porque temo que o CDS fique em ligar inferior à Iniciativa Liberal nas próximas eleições”, afirmou, reiterando o entendimento de que o PSD é um partido de “centro, de centro-esquerda”.
O também conselheiro de Estado disse nada ter a criticar ao Presidente da República na atual crise política.
“Fez a sua a obrigação, tem obrigações constitucionais cumpriu-as”, disse, considerando que “o aviso à navegação” de Marcelo Rebelo de Sousa de que convocaria eleições antecipadas caso o Orçamento chumbasse “faz parte das funções do Presidente da República”.
Questionado se hoje já confia “um bocadinho mais” no chefe do Estado, depois de vários desentendimentos no passado, disse: “Isso é uma coisa a que não vou responder, como é evidente”.
Advogado e jornalista, Francisco Pinto Balsemão presidiu ao PSD entre dezembro de 1980 e fevereiro de 1983. Foi ministro de Estado Adjunto no VI Governo Constitucional (1980) e primeiro-ministro dos VII e VIII Governos Constitucionais (1981-83). Foi ainda deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República.
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