Num requerimento dirigido ao presidente da Comissão de Saúde, o social-democrata António Maló de Abreu, o grupo parlamentar do PSD requer a audição urgente da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos, argumentando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “encontra-se numa fase crítica da sua existência” e que, devido à “falta de atratividade das condições de trabalho que oferece aos profissionais de saúde, está a sofrer uma crescente debandada de médicos altamente qualificados, bem como de outros profissionais experientes”.
Esta realidade, continuam, “está a degradar as condições de assistência maternoinfantil”.
“No corrente ano, a especialidade de obstetrícia e ginecologia tem sido um caso paradigmático em termos de quebra no acesso dos utentes aos cuidados de saúde, situação que se tornou particularmente visível e gravosa em inúmeros serviços de urgência e blocos de partos de hospitais do SNS, que, de Norte a Sul do país, têm encerrado temporariamente”, lamentam.
O PSD refere que a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, criou “uma Comissão, coordenada pelo professor Diogo Ayres de Campos, à qual compete, de um modo geral, o acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos”.
“Sucede que, após algumas semanas de notícias referindo a possibilidade de encerramento de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia, foi há dias divulgado na comunicação social que a referida Comissão terá proposto ao Governo o encerramento permanente de um conjunto de serviços de diversas unidades hospitalares do SNS”, sublinham.
Foram nomeados, escrevem os sociais-democratas, “os casos dos hospitais de Vila Franca de Xira, Barreiro, Guarda, Castelo Branco, Famalicão e Póvoa de Varzim”.
“Sendo manifesto o alarme social que esta notícia está a causar na população portuguesa, entende o grupo parlamentar do PSD que a Assembleia da República deve ouvir os esclarecimentos e justificações da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos para os encerramentos propostos”, afirmam.
O PSD ressalva, no entanto, que “a audição da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de Partos, em nada prejudica a responsabilidade política do Governo numa eventual decisão de encerramento permanente de serviços de saúde hospitalares do SNS”.
O Expresso ‘online’ divulgou na terça-feira que a Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da administração regional de saúde do Centro: as urgências obstétricas de Vila Franca de Xira, Barreiro, Covilhã e Castelo Branco.
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