Após uma conferência de impressa para mostrar as falhas de funcionamento nos aeroportos portugueses, a falta de condições de trabalho, o pouco efetivo numa altura em que o turismo de verão está a crescer e às portas da Jornada Mundial da Juventude, os dirigentes da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) convidaram os jornalistas a visitarem o contentor.
“Já tivemos responsáveis políticos e responsáveis da PSP no local, para saberem quais as condições, mas na verdade nada avançou e temos 57 pessoas num contentor, sem qualquer condição de segurança, salubridade e que pelo menos permita que a PSP tenha profissionais dignificados”, disse o presidente da ASPP/PSP, acrescentando que aquela “estrutura provisória” tem mais de 12 anos.
“A questão que se coloca é se isto, que é uma esquadra de polícia, de intervenção e de investigação criminal, corresponde àquilo que o senhor ministro da Administração Interna (MAI), José Luis Carneiro, constantemente anuncia como investimentos de 607 milhões para o plano de infraestruturas e equipamentos”, realçou Paulo Santos.
O dirigente sindical explicou que o contentor, com cerca de 40 metros quadrados e instalações sanitárias sem condições, não oferece segurança para os profissionais que ali fazem serviço, nem sequer espaço para guardar os equipamentos de trabalho, como sejam escudos ou capacetes, entre outros, muito menos objetos pessoais.
“Era importante o senhor ministro dar uma resposta a esta realidade. Não sabemos o que quer dizer provisório na polícia porque tem sido assim nos últimos anos”, reforçou Paulo Santos, acrescentando que o assunto já tinha sido apresentado ao anterior MAI, Eduardo Cabrita, e que nunca foi resolvido.
O dirigente sindical afirmou que esta situação com mais de 12 anos “parece que não é uma questão provisória” e que só “demonstra aquilo que é uma constante retórica comunicacional por parte do Governo, que em nada corresponde à realidade do dia-a-dia dos profissionais da PSP”.
Em frente ao contentor e junto a um parque de estacionamento improvisado existe uma tenda, com utensílios e uma mesa e cadeiras que, segundo os dirigentes da ASPP/PSP é “o refeitório” dos agentes que fazem serviço da esquadra do Aeroporto de Lisboa, que nasceu por altura da pandemia da covid-19 e por lá ficou.
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