“Temos quase 700 mil homens na área da operação militar especial”, disse Putin, utilizando o termo oficial para caracterizar a guerra em curso, durante um encontro com soldados condecorados pelos seus feitos de armas, com transmissão televisiva.

Em dezembro, Putin tinha indicado que o número de tropas envolvidas era de 617.000.

Este anúncio surge no momento em que a Rússia lançou, em maio, uma vasta ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

A Rússia não menciona as suas perdas humanas na ofensiva militar em solo ucraniano.

O último número conhecido, em setembro de 2022, era de 5.937 soldados mortos em combate, mas várias análises independentes, bem como as dos serviços secretos ocidentais, estimam que essas perdas são, pelo menos, da ordem das dezenas de milhares.

A Rússia tem vantagem no que diz respeito aos números na linha da frente, nomeadamente ao nível dos operacionais, enquanto a Ucrânia está a lutar para se mobilizar após mais de dois anos de combates mortais e devastadores.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, calculou as perdas militares do seu país em fevereiro em 31.000 mortos.

Vladimir Putin estabeleceu hoje uma capitulação de facto da Ucrânia como condição para as conversações com Kiev, na véspera de uma cimeira na Suíça dedicada a formas de alcançar a paz, da qual a Rússia está excluída, enquanto Zelensky rejeitou o que considerou ser um “ultimato” ao estilo do líder do regime nazi Hitler.

A Rússia ocupa praticamente a totalidade do Lugansk e grandes porções da região do Donetsk, assim como partes de Zaporijia e de Kherson.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia.