Esta é "A pergunta": quando podemos desconfinar?

A resposta é vaga e pende para a indefinição. O Governo ainda não tem data definida para a reabertura do país, disse-o esta segunda-feira Marta Temido no final da reunião do Infarmed.

Em declarações aos jornalistas após a reunião que juntou epidemiologistas, especialistas em saúde pública e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa, Marta Temido afirmou que “nada disto está adquirido e tudo depende de cada um de nós e das medidas combinadas”, decorrendo daí a preocupação com “algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”. A certeza é apenas uma: as escolas são as primeiras a abrir (como já havia dito Mariana Vieira da Silva).

Mas poderá ser já em março?

Quando falou ao país, depois da última renovação do Estado de Emergência, o Presidente da República apelou a que o confinamento geral se mantivesse "março fora", sem "sinais errados para a Páscoa", para evitar um retrocesso na contenção do vírus. Marcelo traçou ainda como meta que número de novos casos diários de infeção diminuísse "para menos de dois mil", de modo a que "os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora para perto de um quarto desses valores".

A juntar às metas do Presidente da República estão as projeções dos especialistas. O epidemiologista Baltazar Nunes estimou hoje que o número de doentes com Covid-19 internados em cuidados intensivos possa estar abaixo dos 300 em meados de março e abaixo dos 200 no final do mês.

Porém, também ele sublinhou que "nada do que se projeta está adquirido, vai depender de conseguirmos manter a atual tendência de decréscimo de novos casos e esta tendência depende das medidas atualmente implementadas, da sua adoção pela população assim como dos comportamentos preventivos da população e do controlo da transmissão das novas variantes do SARS-CoV-2 que ainda representam são muito prevalentes a população".

Relativamente ao número de infeções diárias, esta tendência parece começar a verificar-se desde o final da semana passada (quarta-feira, 17 de fevereiro, foi o último dia a ultrapassar os dois mil casos). Mais, e de acordo com André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde, Portugal regista uma “descida muito significativa da incidência" de Covid-19 nos últimos 14 dias e tem já “vastas áreas do território” com menos de 240 casos por 100 mil habitantes.

Estas boas notícias, sim, mas por agora é continuar a confinar — para desconfinar sem sofrer nenhum desgosto.