Prevendo que na segunda-feira haverá "demasiada confusão e multidão", Karen foi hoje com a neta de três anos colocar flores no Green Park, na zona do "tributo floral" à rainha Isabel II de Inglaterra, criada pelas autoridades britânicas desde o dia da morte da monarca, em 08 de setembro, aos 96 anos.
A área para deixar flores, maior do que um campo de futebol, está a cerca de 350 metros do palácio de Buckingham, mas polícias e seguranças avisaram Karen, ao final da manhã, de que eram precisos 45 minutos a andar para chegar aos portões, dado o número de pessoas, as restrições de acesso a várias áreas dos parques e as inúmeras vedações colocadas para organizar as multidões e evitar sobrelotação em alguns pontos.
Centenas de seguranças vão dando instruções, em alguns pontos, com megafones, e foram instalados ecrãs que vão avisando, logo à saída das estações de metro e em outros pontos, que as pessoas estão a tentar aceder a uma zona congestionada que obriga a longa espera.
Em toda a zona são já visíveis também as vedações e outra logística que vai permitir a organização das multidões que previsivelmente vão querer na segunda-feira aceder aos pontos de passagem do cortejo fúnebre da rainha Isabel II.
Segundo a polícia, foram ou serão ainda instalados nas próximas horas mais de 36 quilómetros de barreiras no centro de Londres, onde se esperam centenas de milhares de pessoas, que foram avisadas de que não será permitido pernoitar nos pontos de acesso aos locais onde vai passar o cortejo, nem nas imediações.
As autoridades revelaram em que pontos do cortejo poderá haver público, mas avisaram de que os acessos serão controlados e cada área terá uma capacidade máxima, alertando que todas as cerimónias serão transmitidas na televisão e que haverá também um espaço no Hyde Park, um dos maiores parques de Londres, com ecrãs gigantes.
A polícia assegurou que os movimentos de multidões em Londres serão constantemente monitorizados, para evitar esmagamentos ou pessoas empurradas.
O funeral da rainha Isabel II de Inglaterra será a maior operação de segurança de sempre em Londres, com a maior reunião de líderes mundiais em décadas e, num dia que será feriado nacional, a previsão de enormes multidões nas ruas.
As autoridades policiais e da cidade dizem que a operação é maior do que a dos Jogos Olímpicos de 2012 e do que a do fim-de-semana do Jubileu de Platina, a celebração dos 70 anos de reinado de Isabel II, no início de junho.
Segundo o Presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, a polícia de Londres foi reforçada com agentes que todas as 43 forças policiais de Inglaterra e País de Gales.
Foram também mobilizados soldados dos vários ramos das forças armadas, nomeadamente Exército, Força Aérea e Marinha, e centenas de trabalhadores para prestar assistência nas ruas.
“Este funeral não tem precedentes. É o maior encontro de líderes mundiais em décadas e, em cima disso, existem centenas de milhar, se não milhões de pessoas que vêm prestar homenagem”, afirmou.
O funeral de Estado, o primeiro em Londres desde a morte do primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, terá lugar na Abadia de Westminster às 11:00 (mesma hora em Lisboa), perante 2.000 convidados, incluindo líderes internacionais, membros de famílias reais de todo o mundo, outras personalidades e populares condecorados por serviço à comunidade.
Mais de 2.000 agentes de todo o país foram recrutados para ajudar a Scotland Yard.
Isabel II morreu a 08 de setembro aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos no trono, o mais longo reinado da história do Reino Unido, e o corpo encontra-se em câmara ardente no edifício do parlamento britânico, em Londres, até segunda-feira.
O funeral terá lugar na segunda-feira na Abadia de Westminster, em frente ao edifício do parlamento.
As visitas do público ao salão onde está atualmente a urna de Isabel II vão encerrar às 06:30 de segunda-feira e o caixão será levado para a abadia às 10:44.
Antes, chefes de Estado e de Governo, famílias reais e outros convidados serão levados para o local em "transportes coletivos".
Após o funeral, haverá dois minutos de silêncio na Abadia de Westminster e em todo o país e a urna com a monarca passará em cortejo por ruas de Londres, incluindo pelo palácio de Buckingham, antes de seguir para Windsor, onde será depositada, durante um evento privado reservado à família, no local onde estão sepultados os pais e a irmã de Isabel II e para onde serão transferidos também os restos mortais do marido, príncipe Filipe, que morreu aos 99 anos em 2021.
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