Cinco trabalhadores estavam a limpar canos do sistema de filtragem usado para tratar a água da central quando um cano se soltou acidentalmente, molhando dois dos trabalhadores, explicou à agência de notícias France-Presse um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central.
A probabilidade destes trabalhadores terem sofrido queimaduras por exposição à radiação foi considerada baixa por um médico, disse a Tepco.
“Fomos informados de que o estado dos dois trabalhadores hospitalizados é estável”, disse o porta-voz, acrescentando que “permanecerão no hospital durante aproximadamente duas semanas para exames de acompanhamento”.
Dois outros trabalhadores poderão ter sido contaminados com radioatividade durante a limpeza dos danos, acrescentou o porta-voz.
A Tepco está a estudar as circunstâncias do acidente e a analisar medidas para evitar que se repita, acrescentou.
O Japão concluiu na segunda-feira passada, após 18 dias, a segunda fase de libertação no mar das águas tratadas da central nuclear de Fukushima danificada por um sismo e tsunami a 11 de março de 2011.
Esta água esteve armazenada durante muito tempo em tanques na central e foi tratada para retirar substâncias radioativas, com exceção do trítio, que só é perigoso em doses concentradas muito elevadas, segundo especialistas.
A Tepco dilui depois a água com água do mar antes de a libertar no oceano, para garantir que o nível de radioatividade não excede os limites.
A descarga no mar foi aprovada pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), mas o projeto provocou uma crise diplomática entre o Japão e a China, que suspendeu todas as importações de produtos do mar nipónico no final de agosto.
Cerca de 7.800 metros cúbicos de água com trítio terão sido descarregados durante a primeira fase de 17 dias. No final de agosto, a Tepco declarou que estava a planear três outras operações semelhantes até ao final de março de 2024.
No total, Tóquio planeia libertar mais de 1,3 milhões de metros cúbicos de água de Fukushima no Oceano Pacífico – o equivalente a 540 piscinas olímpicas – de forma gradual, até ao início da década de 2050, de acordo com o calendário atual.
Comentários