Segundo a imprensa russa, Islam Khalilov e Artiom Donskov, ambos de 15 anos, receberam computadores portáteis como recompensa pelo seu comportamento.

A imprensa russa relatou que os dois jovens, que estavam a trabalhar nos camarins da sala de espetáculos, mostraram uma postura exemplar ao acompanharem grupos de espetadores até à saída do recinto.

Imagens filmadas por telemóvel mostram Islam Khalilov a correr ao longo de uma fila de dezenas de espetadores em pânico.

“Todos por ali!”, grita o adolescente várias vezes, de acordo com as imagens, hoje relatadas pelas agências internacionais.

“Para dizer a verdade, estava muito assustado”, disse o jovem à estação de rádio russa BFM, acrescentando que se tinha certificado de que ninguém tinha ficado para trás antes de abandonar o local.

“Mostraram-nos e disseram-nos para onde enviar as pessoas em caso de incidente. Eu sabia para onde as levar em segurança”, disse.

O seu colega de turma, Artiom Donskov, acompanhou outro grupo que procurava uma saída no interior do edifício, que já estava a arder.

Na próxima sexta-feira (dia 29), e segundo avançou a agência noticiosa russa TASS, Islam Khalilov deverá também receber um prémio da Direção Espiritual dos Muçulmanos na Rússia, uma importante organização religiosa.

O ataque de sexta-feira foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mas o Kremlin (presidência russa) continuou hoje a recusar a comentar esta informação enquanto decorre a investigação.

Outro “herói” dos acontecimentos de sexta-feira foi um espetador do concerto que decorria nesse dia no Crocus City Hall e que conseguiu desarmar um dos atacantes com as suas próprias mãos, perante várias testemunhas.

O homem, que pediu anonimato e estava acompanhado pela sua mulher, disse aos meios de comunicação russos que saltou para cima de um dos atacantes enquanto este recarregava a arma e atingiu-o na cabeça, tendo outro homem vindo em seu auxílio.

Um elemento da segurança do recinto disse, por sua vez, ao ‘media’ russo Izvestia que ele e três outros homens bloquearam uma porta num corredor contra a qual um dos atacantes estava a disparar, para permitir a saída de um grupo de pessoas que ele escoltava.

Segundo os últimos dados oficiais, o atentado no Crocus City Hall, a 20 quilómetros do centro de Moscovo, causou pelo menos 137 mortos e 182 feridos, tendo os quatro presumíveis autores do ataque sido acusados domingo de terrorismo, crime punível com prisão perpétua.