“Quero agradecer a todos os muitos que me manifestaram o seu apoio, muitos deles que não conheço, porque por sua iniciativa me facultaram essa sua perspetiva, mas a verdade é que é preciso mais tempo e mais trabalho para termos uma alternativa forte dentro do PSD”, afirmou Ribau Esteves, durante uma conferência de imprensa em Aveiro para falar sobre a sua participação no futuro do partido.
O autarca, que cumpre o terceiro e último mandato na Câmara de Aveiro, anunciou ainda que não irá apoiar Luís Montenegro, o único candidato para já conhecido, considerando que aquele “representa um passado do PSD que continua a lutar de uma forma sôfrega e lamentável” por condicionar o futuro do partido.
Questionado sobre um possível apoio a Jorge Moreira da Silva, que deverá anunciar a sua candidatura a 14 de abril, o antigo secretário-geral do PSD durante a liderança de Luís Filipe Menezes disse que é uma hipótese que irá ponderar.
“Temos afinidades de gestão política há muitos anos e, portanto, pensarei sobre essa matéria com mais diálogo com ele, como já tive nestas duas semanas e, portanto, é seguramente uma hipótese que ponderarei”, afirmou.
Numa declaração aos jornalistas que demorou cerca de 10 minutos, o autarca afirmou ter encontrado "muitos militantes à procura de uma alternativa com nomes diferentes daqueles que se falam e se escrevem e que em regra representam o passado do PSD", mas esclareceu que não conseguiu estruturar “uma equipa de combate” para ganhar as eleições diretas de 28 de maio.
O autarca de Aveiro disse que ainda tomou a decisão de não avançar com a candidatura no dia 26 de março, após ter feito uma avaliação política da situação do PSD, auscultado os militantes do partido e analisado o cronograma definido para este processo.
“Feita a ponderação, decidi não ser candidato a presidente do PSD a 28 de maio (..) Não me interessa, a mim e ao PSD, disputas para marcar posição ou para ser notícia. Apenas interessa lutar para ganhar e para abrir um processo radicalmente novo na vida do PSD”, afirmou.
Lamentou ainda que não tenha havido resposta às tentativas que fez de lançar e provocar um debate sobre o futuro do PSD, deixando também algumas críticas ao conselho nacional e às estruturas distritais do partido que, segundo o mesmo, “estão hoje tomadas pelo medo de perder” e “sem capacidade de arriscar um futuro diferente”.
O autarca disse que o PSD “está também cansado de lutas e há um elevado nível de desmobilização e de apatia dos seus militantes” e assegurou que vai continuar como militante na luta ativa por um “partido renovado, reformista e profundamente arriscado a desenhar um futuro diferente e um futuro melhor”.
“Assumirei um trabalho ativo numa tendência de puxar o PSD para ser um partido verdadeiramente popular e verdadeiramente social-democrata e fá-lo-ei com ativismo de dimensão nacional e com trabalho regular”, concluiu.
(Notícia atualizada às 13h35)
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