“É inequívoco que ele fez referência a um aspeto do seu currículo que não era preciso e corrigiu, é esta informação que eu tenho e ele deu essa informação à comunicação social”, afirmou Rui Rio, questionado sobre este assunto pelos jornalistas no final do Congresso do CDS-PP, que hoje terminou em Lamego (Viseu).
À pergunta se, tal como fez com a vice-presidente do PSD Elina Fraga, vai pedir a Feliciano Barreiras Duarte que dê mais explicações, Rui Rio considerou que o secretário-geral do PSD “já se explicou”.
“Há um aspeto do seu currículo que estava a mais, não estava preciso, e ele corrigiu”, reiterou.
Sobre a ausência do secretário-geral do Congresso do CDS-PP – um email enviado à comunicação social ao início da tarde de sexta-feira integrava-o na comitiva social-democrata a Lamego -, o presidente do PSD disse que as duas coisas não estão relacionadas.
“A vinda cá não tem a ver com isso, ele não estava na delegação, houve um momento que disseram que estava, mas nunca esteve”, afirmou.
Um dia depois de o semanário Sol ter noticiado que Feliciano Barreiras Duarte teve de retificar o seu currículo académico para retirar o item que o indicava como professor convidado (visiting scholar) na Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, o novo secretário-geral do PSD veio justificar-se em declarações ao Diário de Notícias.
Sem nunca assumir que corrigiu o currículo, Feliciano Barreiras Duarte rejeitou as acusações e passou ao contra-ataque, afirmando que tudo não passou de uma estratégia "para incomodar a direção do PSD em funções".
"Eu rejeito veementemente qualquer tipo de acusação ou insinuação sobre o meu percurso académico", disse ao DN, que escreve, embora sem citar, que o novo secretário-geral social-democrata teve de "retificar a nota biográfica".
O ex-secretário de Estado do executivo de Pedro Passos Coelho sublinhou nunca ter precisado da universidade de Berkeley para o seu percurso académico, insistindo que a notícia visa prejudicar a direção de Rui Rio.
"Esta semana realizaram-se almoços entre algumas pessoas que não gostam da atual liderança. Criaram-se factos. E o corolário foi aquilo que o jornal (Sol) publicou", acusou.
Ao DN, Feliciano não comenta a informação sobre a existência de um documento, alegadamente falso, sobre o seu estatuto em Berkeley, aparentemente negado pela professora (Deolinda Adão) cuja assinatura aparece no documento. Sem ser citado, o Diário de Notícia escreve que Feliciano "tem provas de todo o processo, desde o convite por parte da professora Deolinda Adão" ao primeiro convite feito por Manuel Pinto de Abreu.
Além de secretário de Estado, Feliciano Barreiras Duarte foi várias vezes deputado eleito por Leiria, chefe de gabinete de Passos Coelho, presidente da Assembleia Municipal do Bombarral e de Óbidos e continua a ser vice-presidente da concelhia do Bombarral.
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