No final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial em São Bento, Rui Rio foi questionado se mantém a confiança em Elina Fraga, depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) ter anunciado na segunda-feira que o Ministério Público abriu um inquérito na sequência de uma auditoria às contas da Ordem dos Advogados, que abrange o mandato desta ex-bastonária.
“A doutora Elina Fraga vai estar hoje totalmente disponível para os senhores fazerem as perguntas todas. E eu vou-lhes pedir uma coisa: façam mesmo todas, não deixem uma pergunta por fazer”, apelou, referindo-se à primeira reunião da nova Comissão Política Nacional, marcada para as 17:00.
“Eu tive todas as respostas que pretendia, os senhores jornalistas é que não ainda não”, acrescentou.
Na segunda-feira à noite, Elina Fraga afirmou, em declarações à Lusa, que desconhecia a existência de qualquer inquérito, uma vez que não foi notificada, referindo que a auditoria "foi persecutória” e faz “conclusões absurdas”.
“Desconhecia qualquer processo, não fui notificada de nada pelo Ministério Público. Sabia, como foi público, que tinha ocorrido uma auditoria, que do meu ponto de vista tinha um caráter persecutório, basta pensar que eu nem sequer fui ouvida nessa auditoria”, afirmou.
A nova vice-presidente do PSD, eleita este fim de semana no Congresso Nacional do partido, refere que é “normal” que a Procuradoria Geral da República investigue.
“Estou serena, tranquila e devo dizer que a mesma auditoria e a mesma participação terá sido feita ao Conselho Superior da Ordem dos Advogados, tendo o processo já sido arquivado por se entender que não pratiquei a ilegalidade que me vinha imputada”, declarou.
Elina Fraga salientou que não se pode concluir que esteja “indiciada a prática do que quer que seja que se possa configurar como ilegal”.
A ex-bastonária refere ainda que não se vai demitir do cargo no PSD e acusa a auditoria de fazer “conclusões absurdas”.
“Essas são questões internas. Não me demitirei nunca por ter consciência que tenha praticado qualquer ilícito ou qualquer tipo de ilegalidade. A autoria faz conclusões absurdas”, defendeu.
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