O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, informou o “camarada comandante supremo”, o Presidente Vladimir Putin, sobre o cumprimento das missões para lançar “um ataque nuclear maciço (…) em resposta a um ataque nuclear inimigo”, segundo um comunicado.

As forças estratégicas russas lançaram um míssil Yars desde o cosmódromo de Plesetsk até à cordilheira de Kura, na península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo, que percorreu cerca de 6.000 quilómetros.

Além disso, os mísseis intercontinentais Bulavá e Sineva foram lançados a partir dos submarinos atómicos Kniaz Oleg, no Mar de Okhotsk, e Novomoskovsk, no Mar de Barents.

Os bombardeiros estratégicos TU-95MS também lançaram mísseis de cruzeiro.

“As missões planeadas no âmbito das manobras das forças estratégicas de dissuasão foram concluídas na sua totalidade. Todos os mísseis atingiram o seu objetivo”, pode ler-se no comunicado do Ministério da Defesa.

Putin ordenou hoje a realização de exercícios das forças estratégicas de dissuasão nuclear para testar o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro.

“Vamos treinar as ações dos comandantes para controlar o uso de armas nucleares com lançamentos de mísseis balísticos e de cruzeiro”, disse Putin durante um comunicado transmitido pela televisão russa.

O Presidente russo sublinhou que, “tendo em conta o aumento das tensões geopolíticas e o surgimento de novas ameaças e riscos externos, é importante ter forças estratégicas modernas e permanentemente prontas a serem utilizadas no combate”.

Putin salientou que a tríade nuclear – mísseis intercontinentais, submarinos atómicos e aviação estratégica – continua a ser um “garante fiável da soberania e segurança do país”, dizendo que estas armas permitem à Rússia “cumprir as tarefas de dissuasão estratégica”.

No entanto, Putin garantiu que, embora a Rússia pretenda reforçar as suas forças nucleares com armas modernas — atualmente este indicador é de 94% -, não pretende envolver-se numa “nova guerra armamentista” como aconteceu com a União Soviética.

No final do passado mês de julho, a Rússia realizou manobras nucleares táticas conjuntas com a Bielorrússia utilizando mísseis balísticos Iskander-M.

Recentemente, Putin anunciou a modificação da atual doutrina nuclear depois de o Ocidente ter ponderado permitir que a Ucrânia utilize armas de longo alcance contra alvos em território russo.

A nova doutrina contempla a utilização de armas nucleares no caso de um ataque convencional que ameace a soberania da Rússia e da Bielorrússia.

As negociações entre a Rússia e os EUA para um novo tratado internacional de desarmamento nuclear estão atualmente paradas, sabendo-se que o atual acordo START expira em 2026 e é o último tratado estratégico de desarmamento entre as duas superpotências.