Três pescadores mortos, três desaparecidos e onze feridos no naufrágio de uma embarcação de pesca esta madrugada a uma milha náutica da Praia de Vieira de Leiria. A Marinha está a procurar os pescadores desaparecidos, a maioria pertence à Leirosa, uma aldeia piscatória a sul da Figueira da Foz.

A Marinha ia iniciar ao fim da tarde as operações de mergulho no interior do barco, com os mergulhadores apoiados pelo navio NRP Setúbal, que já está auxiliar nas buscas dos três pescadores desaparecidos, informou a Autoridade Marítima.

"Ver se está alguém dentro da embarcação" foi sempre a prioridade das autoridades. O que não foi possível concretizar ao longo do dia, devido às redes que causavam insegurança ao trabalho dos mergulhadores.

A traineira aportada na Figueira da Foz, que se fez ao mar por volta da meia noite, acabou por adornar cerca das três horas da madrugada desta quarta feira. Ao final do dia é ainda desconhecida a causa do acidente, tendo a  Autoridade Marítima admitido que a ondulação não era suficiente para provocar o sinistro.

O porta voz da Autoridade Marítima tinha afirmado ao final da manhã que está aberto um inquérito para apurar o que causou a viragem do barco de pesca e que será apurado "se a carga estava bem estivada". "Já foi aberto um inquérito de sinistro marítimo, que é procedimento normal nestas ocasiões. E foi também aberto um inquérito, um processo, no sentido de se apurar quais são as causas destas três mortes. Também o armador não encontra explicação para o acidente.

Das instituições multiplicaram-se as mensagens de pesar do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a anunciada presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, esta noite na zona da desgraça, assim como a manifestação de solidariedade para com o luto das famílias perante as televisões e nas redes socais do presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes.

Várias equipas de psicólogos prestam apoio às famílias dos pescadores desaparecidos e à comunidade, que chora os mortos e mantém a esperança, a cada hora mais frágil, de encontrar algum sobrevivente.

* Com Lusa.