São Paulo começará a flexibilizar a quarentena em algumas regiões do estado a partir do início de junho, embora o governador tenha frisado que as autoridades podem dar “um passo atrás” se considerarem necessário, com a finalidade de “proteger vidas”.

“Manteremos a quarentena até 15 de junho, mas com a retomada de algumas atividades económicas”, afirmou Dória, em conferência de imprensa, na companhia do prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas.

Segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde do Brasil, de terça-feira, o estado de São Paulo registou 86.017 casos e 6.423 mortes devido à covid-19, de um total de 391.222 casos e 24.512 mortes em todo o país.

As primeiras medidas para restringir a circulação de pessoas em São Paulo foram adotadas em 24 de março, cerca de um mês após o primeiro caso ter sido oficialmente detetado no Brasil, e foram prorrogadas sucessivamente.

Apesar do governo estadual ter admitido a possibilidade de flexibilização das medidas em 11 de maio, Doria decidiu prolongar a quarentena no início deste mês depois de reconhecer a gravidade da crise da saúde em São Paulo, onde vivem 46 milhões de pessoas.

No entanto, o governador tem sofrido forte pressão por parte de vários setores empresariais para retomar as atividades no estado mais industrializado do Brasil, medida defendida desde o início da pandemia pelo Presidente Jair Bolsonaro, que chegou a rotular a doença como “gripezinha”.

A reabertura gradual em São Paulo será dividida agora em cinco fases e, segundo João Doria, ocorrerá nas regiões do estado em que há uma redução consistente no número de casos e que conta com camas disponíveis em hospitais públicos e privados.

“Essas fases seguirão a orientação da ciência, da medicina e da saúde, e temos dados técnicos para permitir a reabertura gradual” da economia, acrescentou Doria, que destacou o progresso alcançado nos últimos dois meses graças às medidas de isolamento social.

Segundo as autoridades de saúde do governo estadual, as medidas de isolamento social adotadas até agora em São Paulo ajudaram a controlar a pandemia no estado mais populoso do país e permitiram salvar mais de 60 mil vidas.

Na tarde de hoje, centros comerciais foram reabertos no Distrito Federal, unidade federativa onde está localizada a capital do país, Brasília, após quase 70 dias de portas fechadas.

De acordo com o decreto publicado pelo governador Ibaneis Rocha, esses estabelecimentos comerciais passarão a abrir com um horário restrito, a partir do início da tarde.

As áreas recreativas e de diversão dos centros comerciais, assim como lojas de jogos, cinemas e teatros permanecerão fechados. As praças de alimentação e os provadores de lojas de vestuários também estão proibidos de abrir.

Segundo indicou à agência Brasil o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio) do Distrito Federal, Francisco Maia, a fiscalização será rígida, com o governado do Distrito Federal a fornecer diariamente cerca de 500 testes à covid-19 destinados a lojistas.

“Acredito que cada comerciante terá de ter um ato de muita responsabilidade com a volta dos ‘shoppings’ e do comércio de rua. A não observância das normas pode ocasionar um aumento da curva de contaminação, o que prejudicará a reabertura de outros segmentos, ou até mesmo o fechamento dos negócios que já foram reabertos”, ressaltou Maia.

Até terça-feira, o Distrito Federal contabilizou 124 mortos e 7.210 casos de infeção.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.